Foi com um pé na porta que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu a semana. O tarifaço anunciado para importações do Canadá, do México e da China fizeram o dólar subir e as bolsas caírem. A suspensão da medida por um mês após uma conversa por telefone com a presidente mexicana, Claudia Scheinbaum, já acalmou os indicadores, ao menos temporariamente. Mas está longe de se prever o que ainda vem por aí por parte do novo comando da Casa Branca.
O impacto gera tanta confusão quanto a incerteza que ronda a economia mundial desde a eleição de Trump. Estamos falando de 40% das importações da maior economia do mundo, cerca de US$ 1,3 trilhão. Para o Brasil, há divergência se isso traria benefícios ou prejuízos. Se os países prejudicados retaliarem os Estados Unidos, o Brasil pode ser a opção de compra para os dois lados, como ocorreu em mandatos anteriores de Trump.
— Foi na guerra comercial de 2017 que conseguimos acesso ao mercado mexicano para vendermos arroz —recorda Oscar Frank, economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA) — Porém, um acordo pode levar a China a comprar mais produtos básicos dos Estados Unidos, o que prejudicaria a venda brasileira.
Lembrando que o Brasil segue aparecendo no rol de ameaçados de tarifaço por Trump, assim como países da União Europeia. Além disso, o protecionismo em nações fortes gera incerteza econômica para investidores, que ficam avessos ao risco. Isso tende a afetar ações de empresas nas bolsas de valores e elevar mais ainda o dólar, o que gera inflação e alta de juro (também por aqui).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Maria Clara Centeno (maria.centeno@zerohora.com.br)
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