Inquieta o aumento de acidentes aéreos com aviões de pequeno porte. Há estrutura e regras adequadas para a demanda maior por este serviço? Cada vez mais empresários compram as aeronaves. Após a queda do King Air F90 em São Paulo nessa sexta-feira (7) em São Paulo, o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, conversou com o especialista em segurança de voo e examinador de pilotos da Agência Nacional de Aviação (Anac), Fábio Borille. O acidente vitimou o piloto Gustavo Medeiros e o advogado gaúcho Márcio Louzada Carpena. Confira abaixo trechos da entrevista.
Por que estão aumentando os acidentes com aviões particulares?
Desde a pandemia, o tráfego aéreo, principalmente nas aeronaves de menor porte, cresceu. Está chegando muito avião. O pessoal redescobriu a aviação executiva, mesmo que com altos custos. Ela o leva a lugares mais próximos do teu destino final.
Então, há um aumento de casos, mas não necessariamente um aumento proporcional...
Exatamente. Estão acontecendo mais voos e isso aumentaria proporcionalmente o número de acidentes.
A estrutura aeroportuária e o regramento estão adequados a este aumento de voos particulares? O senhor tem ressalvas com o Campo de Marte, de onde decolar o avião.
Eu acho que o regramento sim, mas a estrutura carece muito. No acidente de Canela (de onde decolou o avião que caiu em Gramado no início do ano), conversamos sobre como o nosso Estado principalmente carece de infraestrutura aeroportuária. Se este voo (dessa sexta-feira, 7) fosse à noite, voltando de São Paulo para Porto Alegre, não teria aeroporto no Rio Grande do Sul. A alternativa operando em condições seria Florianópolis (SC).
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Maria Clara Centeno (maria.centeno@zerohora.com.br)
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