Lojistas já estão sendo avisados pelos fornecedores do repasse aos preços provocado pela disparada recente do dólar. Os relatos enviados à coluna falam de reajustes de 8% a 12% nos produtos, ou seja, mais do que o dobro e até do que o triplo da inflação de um ano inteiro. É possível que os repasses ao consumidor comecem em janeiro, pois os estoques de Natal já estavam encomendados e praticamente tudo na prateleira.
– Vou dar um exemplo: Carolina Herrera Good Girl 30 ml, o perfume feminino mais vendido do mercado, custa R$ 449 e irá para R$ 479 ou R$ 489, dependendo da importadora – conta Gerson Holz, varejista de perfumaria e vice-presidente do Comércio na Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis (Acinp).
Outras mensagens encaminhadas à coluna são, por exemplo, de aumentos em tabelas de alimentos e bebidas nos supermercados. E não são apenas de produtos importados, porque a indústria brasileira também precisa repassar a alta nos custos de insumos dolarizados.
– Temos um novo nível de dólar (acima dos R$ 6). É muito ruim para o empresariado repassar aumentos de custo. Aqueles que correm na frente tendem a perder consumo. Todo mundo retarda, o que não é sustentável a médio prazo. O repasse é certo quando se vê que a desvalorização do real veio para ficar – diz a economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo.
Em tempo, produtos exportados também sofrem pressão, com destaque para a carne. Isso porque o dólar alto deixa a venda ao Exterior mais atrativa, fazendo o próprio brasileiro pagar mais pelo item nacional para competir com os importadores mundiais.
Aproveite também para assistir ao Seu Dinheiro Vale Mais, o programa de finanças pessoais de GZH. Episódio desta semana: por que o preço da gasolina está baixo mesmo com recordes do dólar
É assinante mas ainda não recebe a carta semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna