Depois do aval do comitê responsável, o indicado de Lula à presidência da Petrobras, senador Jean Paul Prates (PT-RN), será apreciado pelo conselho de administração nesta quinta-feira (26). Ainda não há data para a posse, mas ele começará já a indicar diretores. A maior expectativa é para saber como ele conduzirá a política de preços, que, adotada ainda no governo de Michel Temer, acompanha o mercado internacional para reajustes de gasolina e diesel. Desde o fim de dezembro, quando foi indicado, ele tem sido questionado.
Prates já disse que é o governo e não a Petrobras que define a política de preço, e que a estatal segue o contexto da política, mas garantiu que haverá previsibilidade e que ela não irá se desvincular do mercado internacional. Também afirmou que “ninguém está revogando o mercado. O mercado agora vai funcionar exatamente como tem que ser: tem mercado nacional e de importados”. Isso se encaixa em outra intenção que o senador já externou, que é a de investir em refino. Isso, porém, vai contra o que a empresa vem fazendo nos últimos anos ao vender refinarias para colocar foco em exploração de petróleo, que é a atividade que avaliava ter maior retorno.
O provável novo presidente da Petrobras também já se posicionou a favor de um “mecanismo de proteção” ou "colchão de amortecimento" de preços para quando houver forte oscilação, como do petróleo e do dólar. A criação de um fundo de estabilização de preços é assunto antigo e já tem projeto tramitando no Congresso.
Quanto à discussão da sustentabilidade e dos combustíveis fósseis, Prates atua na área de energias renováveis e já defendeu que a Petrobras eleve seus investimentos no segmento. A estatal chegou a apostar em biocombustíveis, mas deixou de fazê-lo nos últimos anos. Para fechar, o senador já se posicionou contrário à privatização da Petrobras, mas isso é algo que ninguém espera no governo Lula. Nem na gestão de Jair Bolsonaro, a venda da empresa era uma possibilidade concreta.
Atualização: O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, por unanimidade, o nome do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para comandar a presidência da estatal. Esse é o último passo do processo interno de avaliação. Até abril, o restante da diretoria deverá estar formado. A posse também ocorreu hoje.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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