Em um ano, para controlar a inflação, o Banco Central elevou a taxa de juro referência da economia brasileira, a Selic, de 2% para 9,25%. E ela vai continuar subindo. A previsão do mercado é que feche 2022 em 11,75%. Com isso, trará de arrasto o juro das operações de crédito para empresas e, claro, consumidores.
Apesar de ter uma das taxas mais baixas do mercado, o financiamento imobiliário também ficou mais caro. Aqui, fica um alerta: apesar do juro pequeno, ele incide sobre valores altos e que duram anos e anos. Em geral, o brasileiro financia a casa própria em 30 anos, por mais que muitos reduzam o empréstimo para cerca de uma década fazendo abatimentos periódicos.
Carlos Castro, da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar) e da fintech SuperRico, calcula que a o custo de um financiamento imobiliário tenha subido já neste período de elevação da Selic de 7,5% para 11%. Para o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, ele fez uma simulação aproximada do impacto da elevação para um financiamento de um imóvel de R$ 500 mil, com entrada de R$ 100 mil e o restante financiado:
Com Selic a 2%:
Prestação: R$ 3 mil
Valor total a ser pago pelo imóvel: R$ 900 mil
Com Selic a 9,25%:
Prestação: R$ 4,5 mil (ou seja, R$ 1,5 mil superior)
Valor total pago pelo imóvel: R$ 1,2 milhão (ou seja, R$ 300 mil a mais)
- O ideal é que, se for comprar neste período de juro elevado, o consumidor dê a maior entrada possível para financiar um valor menor, sobre o qual terá incidência de juro - recomenda Castro. A coluna ainda complementa com a dica de abater o saldo devedor do financiamento imobiliário sempre que possível, usando, por exemplo, o fundo de garanti (FGTS) ou outra receita extra que entrar no orçamento da família.
Há a expectativa de que o Banco Central comece um ciclo de redução do juro quando a inflação estiver sob controle, o que pode ocorrer ainda no final de 2022 ou no início de 2023. Castro explica mais na entrevista ao programa, confira:
E aqui, assista à entrevista completa com o planejador financeiro:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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