Até que enfim, a Petrobras anunciou redução no preço de combustível. Por enquanto, só da gasolina. O diesel ficou de fora da informação encaminhada há pouco ao mercado. A redução da gasolina será de R$ 0,10 a partir desta quarta-feira (15). A última alteração feita pela Petrobras tinha sido em 25 de outubro, com aumento de preços.
A estatal define preços nas refinarias. Ainda tem que passar pelas distribuidoras e, depois, pelos postos de combustíveis. Mas, pela estimativa que a Petrobras mesmo divulgou, seria um efeito médio de R$ 0,07 ao consumidor final.
"Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,26 a cada litro em média. Uma redução de R$ 0,07.", diz trecho do comunicado.
Mas por que "até que enfim"? Porque o preço do petróleo vinha caindo há semanas no mercado internacional e o câmbio não teve grandes alterações. São os dois fatores que a Petrobras observa para definir os preços dos combustíveis. Em geral, a empresa mantém uma defasagem de até 15%. Além de ter anulado isso, chegava a estar com o preço quase 10% acima do que no Exterior.
Neste meio do caminho, o preço do petróleo chegou a ensaiar alta, mas voltou a cair e sustentar a queda nos últimos dias, mesmo vencidos os temores de que a variante ômicron pudesse afetar a economia mundial. Isso afastava o argumento da Petrobras de que não mexe em preços em momentos de alta volatilidade. Estados Unidos, China e Japão estão entre os países que pressionam pela queda da cotação do petróleo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não antecipou o cronograma de aumento de produção, mas também não adiou com o temor da ômicron.
Então, o cenário estava formado. Alguns especialistas acreditam que ela aguardou para que os importadores comprassem combustíveis do Exterior para um bom estoque, considerando que as encomendas têm ficado acima da capacidade de produção. As declarações do presidente Jair Bolsonaro antecipando reduções também não ajudaram, já que a Petrobras tem capital aberto e o acionista controlador não pode antecipar informações assim. Chegou a ter manifestação do "xerife do mercado", a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Mas, enfim, baixou. A expectativa é de que chegue ao consumidor. Até mesmo porque poder de compra tem sido muito impactado pela inflação. A venda de combustíveis caiu, mesmo sendo um item da chamada "demanda inelástica". Recentemente, houve redução nos postos de combustíveis do Rio Grande do Sul, atribuída a uma queda no preço do etanol. Além disso, na virada do mês, volta a alíquota antiga de ICMS de 25% sobre a gasolina, com redução também no preço de pauta.
E que venham novas reduções de preço. A gasolina, atualmente, está custando em média R$ 7 para o consumidor gaúcho, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em 12 meses, foi o item que mais pressionou a inflação, com aumento médio de 59% na região metropolitana de Porto Alegre, conforme o IBGE.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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