Depois de uma queda de 43% na última colheita, na comparação com 2019, o Rio Grande do Sul produzirá mais cevada em 2021. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que o Estado colha mais de 112 mil toneladas do grão em 2021 — um crescimento de 10% em relação aos números de 2020. No ano passado, o cultivo ficou em 39,1 mil hectares, com 101,5 mil toneladas produzidas.
Neste ano, a previsão é de que 35,2 mil hectares sejam destinados ao cultivo da cevada no Estado, com uma produtividade de 3.188 quilos por hectare. Em 2020, a ocorrência de geadas e a escassez de chuva provocaram a quebra na safra, que ficou com o pior desempenho dos últimos cinco anos.
A maior parte da cevada do Rio Grande do Sul é destinada à produção de cervejas. Segundo Jair Omar Meller Domenighi, supervisor da Gerência de Classificação e Certificação da Emater-RS, o principal incentivo do cultivo no Estado é, justamente, a indústria cervejeira.
— Mas ainda não produzimos o suficiente. Nós temos duas maltarias no Estado, ambas da Ambev, e comumente é necessária a importação de cevada e malte para a demanda dessa indústria. Temos muito ainda o que expandir nesse cultivo — considera.
Já a parcela que não alcança o patamar de qualidade para o malte é destinada à produção de ração animal.
— No momento em que estamos enfrentando uma escassez de milho, a cevada também se encaixa nesse perfil de insumo para a cadeia de produção de ração animal. Inclusive se mostrando uma boa opção de mercado — observa.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Aloisio Vilarinho, o cenário é favorável para a cultura da cevada nesta safra. Os preços a serem pagos deverão variar de 120% a 135% do preço do trigo pão (PH 78). O preço será ainda 1% superior para cada ponto percentual acima de 85% de grãos da classe 1, podendo chegar a 150% do preço do trigo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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