O preço dos combustíveis na bomba para o consumidor é formado por vários fatores, que vão da cotação do petróleo até o reajuste do aluguel eventualmente pago pelo dono do posto. Mas alguns têm um peso mais predominante. No dia em que a Petrobras eleva em R$ 0,15 o preço da gasolina e em R$ 0,10 o do diesel nas refinarias, informação antecipada pela coluna no início da tarde dessa segunda (5), veja a tendência para cinco fatores que influenciam os combustíveis:
1 - Petróleo: é a principal pressão para a decisão da Petrobras de elevar o preço dos combustíveis. Ainda assim, repôs cerca de metade da defasagem da gasolina em relação ao Exterior, sendo que a atual presidência garantiu que seguirá a política de paridade internacional dos preços, mesmo que com ajustes mais espaçados. A cotação do petróleo está atingindo o maior patamar desde 2018, com tendência de elevação pelo aumento no consumo de combustíveis com o avanço da vacinação nos países. Além disso, um impasse não deixa a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegar a um acordo para elevação de produção.
2 - Dólar: o real até conseguiu se valorizar após bons resultados do PIB e elevações da taxa de juro Selic pelo Banco Central. Com isso, o dólar chegou a ficar abaixo de R$ 5 durante alguns dias. Ainda assim, é um patamar alto para o câmbio. Lembrando que a Petrobras importa gasolina, com impacto do dólar nos custos. E a moeda norte-americana voltou a subir, ficando hoje em R$ 5,08 e puxada pelo risco político da CPI da Pandemia que gerou cautela maior em investidores.
3 - Etanol: é misturado obrigatoriamente na gasolina. O preço subiu com o aumento da procura por distribuidoras e pelo atraso na safra da cana-de-açúcar, pressionando o combustível na bomba mesmo enquanto a Petrobras reduzia os preços nas refinarias. O Cepea/USP apontou três semanas consecutivas de queda no etanol anidro nas usinas, mas ainda sem tornar consistente o momento. Foi mais por um recuo na demanda do que pela parcial da safra de cana que está entrando. Se a redução chegar à ponte com força, pode compensar parte do aumento da Petrobras na refinaria. O etanol é misturado à gasolina na distribuidora, que repassa aos postos.
4 - Impostos: os impostos são calculados em cima do preço do combustível. Então, se outros fatores elevam o valor, aumenta o valor do tributo. O ICMS é o que mais pesa e calculado em cima de um preço de pauta, estabelecido e divulgado a cada 15 dias pela Receita Estadual a partir das notas fiscais eletrônicas de venda das semanas anteriores nos postos. Costuma provocar um efeito em cascata.
5 - Política: o governo federal tem um desafio grande. De um lado, os combustíveis pressionam muito a inflação, que é um passivo que nenhum governante quer perto de eleição. Há ainda a pressão dos caminhoneiros, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, o presidente das Petrobras, general Silva e Luna, chegou a receber uma entidade dos profissionais que está organizando uma mobilização nacional para 25 de julho.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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