Aprovado e rumo à sanção presidencial, projeto de autonomia do Banco Central começa já a ser testado. O cenário do país para 2021 é de uma economia em situação bastante delicada, ao mesmo tempo em que a inflação está forte no radar.
As vendas do varejo decepcionaram, com queda de 6,1% no mês do Natal. Sinalizaram que a recuperação da economia será ainda mais difícil e reforçam o debate para o retorno do auxílio emergencial. O juro baixo seria uma ferramenta para ajudar no processo, com um cenário recessivo na economia.
Só que, pela lógica de controle da inflação, o Banco Central teria que aumentar a Selic já nas próximas reuniões. Os preços dos alimentos, que pressionaram em 2020, não deram trégua ainda. Enquanto isso, avançam os chamados preços administrados, que passam por algum tipo de regulação, como os combustíveis e os planos de saúde.
Em tempos passados, se viu o juro brasileiro ser reduzido pela autoridade monetária mesmo com inflação alta, o que traz insegurança econômica, jurídica e uma conta para pagar. A inflação é uma das piores coisas para a economia. Em especial, porque atinge quem tem renda mais baixa.
A autonomia tem como objetivo reforçar o aspecto técnico da decisão do Banco Central sobre a taxa de juro Selic. Trabalhar pelo controle da inflação é meta, mas como buscá-la é decisão do Bacen. Ela não é uma independência total, já que a meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem integrantes do Ministério da Economia.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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