Com sede na França, a Duralex pediu recuperação judicial. A marca é famosa pelos seus pratos "inquebráveis" e virou até sinônimo de resistência. Criada há 75 anos, a empresa precisa agora apresentar um plano de reestruturação para evitar a falência.
Segundo declarações da direção, a Duralex perdeu 60% do faturamento. O principal motivo foi a queda nas exportações durante a pandemia. Atualmente, 80% da produção é vendida para o Exterior. Houve ainda um incidente em um forno em 2017 que reduziu a produção. A sede da companhia fica em La Chapelle-Saint-Mesmin, no interior da França.
Do escritório Scalzilli Advogados & Associados, João Pedro Scalzilli lembra que a legislação francesa para casos de recuperação judicial é diferente da brasileira. Ainda assim, ele afirma que se trata de um procedimento que busca preservar a empresa, semelhante ao mecanismo adotado no Brasil por empresas que buscam recuperação judicial.
- A França tem mais formas de reestruturação. Mas essa adotada pela Duralex tende a ser a mais próxima da nossa recuperação judicial usada no Brasil. As dívidas ficam "congeladas" até a apresentação do plano - complementa Scalzilli.
A Duralex foi criada em 1945, no ano em que terminou a Segunda Guerra Mundial. Era do grupo industrial Saint-Gobain, que já havia lançado um vidro temperado bastante resistente. As décadas de 70 e 80 foramo auge da marca. Depois, passou pelas mãos de um grupo italiano, de um empresário turco e, em 2008, foi vendida para a atual administração. Já teve outros momentos em que cogitou recuperação judicial. Atualmente, tem 248 funcionários, mas chegou a ter mais de mil trabalhadores.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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