Foi aprovado o plano de recuperação judicial da Radicom Centro de Radiodiagnóstico Computadorizado. Fundada em 1977, a empresa passou por dificuldades financeiras em 2016.
Com expectativa de uma alta na demanda, a Radicom tomou crédito com instituições financeiras. Usou o dinheiro para comprar equipamentos, ampliar a estrutura e contratar funcionários. No entanto, houve queda no repasse de exames pelo Sistema único de Saúde (SUS) e pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS). Ao mesmo tempo, a crise geral da economia reduziu agendamentos particulares e de convênios.
O endividamento superou R$ 10 milhões e a Radicom acabou pedindo recuperação judicial. Durante o processo, manteve a operação, analisando propostas de investidores querendo ingressar ou até comprar a empresa.
- A longa crise econômica retardou o acesso a recebíveis, com reiterados atrasos e inadimplência, minguando repasses e entradas de valores e impactando severamente na retomada da saúde da empresa - destaca a advogada Gabriele Chimelo, do escritório Scalzilli Althaus, que atuou na ação.
Segundo a advogada, foi assinado um protocolo de intenções com investidores que apresentaram a melhor proposta, com capacidade de gestão e de aportes financeiros. A partir disso, foi contruído o plano de recuperação da empresa e que foi aprovado na assembleia de credores.
- A insegurança jurídica não estimula investimentos e financiamentos para uma empresa em recuperação judicial. Para conduzir o processo, é preciso muito diálogo com o mercado e uma reputação de credibilidade - ressalta o advogado Eduardo Grangeiro, que também atua no caso.
A Radicom segue com a operação. No entanto, ficará sob o comando de novos sócios e diretores. Entre eles, a executiva Jamille Dala Nora.