Produto tradicional do Rio Grande do Sul, os calçados de couro devem ser os mais beneficiados pela redução de tarifas de importação dos Estados Unidos. Aqui no Estado, os produtos desta matéria-prima representam 85% do segmento em valor e 78% em números de pares. A projeção é da Priscila Linck, coordenadora de Inteligência de Mercado da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Uma nova lei de comércio exterior dos Estados Unidos foi sancionada pela Casa Branca há duas semanas. Entra em vigor em 13 de outubro e vale até 31 de dezembro de 2020. Prevê a redução de tarifas de importação para mais de 1,6 mil produtos. Entre eles, estão os calçados. A lei reduz tarifas para 40 categorias de calçados, incluindo sintéticos, de couro, de tecidos e de segurança. As tarifas, até agora, variavam de 6% a 37,5% sobre o valor do calçado.
- O segmento sintético foi o que recebeu o maior número de descrições de produtos para redução tarifária nos Estados Unidos. No entanto, no Rio Grande do Sul, representa apenas 12% dos pares embarcados - comenta Priscila.
Entre os pontos importantes na análise do impacto da medida na economia gaúcha, está que os Estados Unidos são atualmente o principal destino dos calçados produzidos do Rio Grande do Sul. O país voltou para a liderança do ranking em julho. Em agosto, os embarques cresceram 37% em volume. Apesar de ainda não ser suficiente para reverter o resultado negativo do ano, foram 239 mil pares. No acumulado de 2018, são 1,6 milhão de pares.
Com a medida, o calçado brasileiro tende a ficar mais barato, atrativo e competitivo para o mercado norte-americano. A notícia é importante, lembrando que o setor fechou mais de 1,5 mil empregos só em agosto no Rio Grande do Sul.
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