Saiu na manhã desta terça-feira a ata do Copom, documento que traz mais detalhes sobre a decisão que surpreendeu o mercado ao manter a taxa de juros em 6,5%. No documento, o Comitê de Política Monetária reforça que a tendência é manter a Selic nas próximas reuniões.
"Para as próximas reuniões, o Comitê vê como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente." - diz o comunicado.
O Banco Central comentou que chegou a avaliar o corte no juro de 0,25 ponto percentual. Aliás, era essa a decisão esperada pelo mercado, até mesmo por entrevista que o presidente, Ilan Goldfajn, deu na semana anterior à reunião.
"Alguns fatores pesavam a favor dessa alternativa, a saber: os níveis baixos de inflação e de inflação subjacente e o ritmo gradual de recuperação da economia e seu arrefecimento recente. Em seguida, avaliaram manter a taxa Selic em 6,50% a.a. A favor dessa opção, pesava a mudança no balanço de riscos para a inflação em função do choque externo, que reduziu as chances de a inflação permanecer abaixo da meta no horizonte relevante por meio de possíveis impactos secundários na inflação. Isso tornou desnecessária a mitigação de risco de convergência demasiadamente lenta da inflação às metas. Pesando o cenário básico e o balanço de riscos, o Comitê concluiu que a decisão de manter a taxa de juros no atual patamar era a mais apropriada."
Ainda conforme a ata, o Copom analisou a sinalização que tinha sido dada por Ilan e que foi interpretada como mais uma redução dos juros. Mas decidiram "focar na melhor decisão possível" e que isso traria mais credibilidade para a política monetária.
Com a atual taxa de juros e o câmbio a R$ 3,60, o Copom projeta inflação em torno de 4% em 2018 e 2019. Para os preços administrados, a projeção é de 6,3% para 2018 e de 4,4% para 2019.