
A CBF, já envolvida em confusões e polêmicas com o afastamento do presidente Rogério Caboclo, deverá ter duas eleições em 10 meses. Neste momento, Antônio Carlos Nunes está no comando. Ele fica no cargo por 30 dias.
Depois disso, existem duas possibilidades: a volta de Caboclo (o que ninguém acredita) ou uma eleição entre os oito vice-presidentes para decidir quem vai completar o mandato até abril de 2023.
Esta primeira eleição depende da renúncia ou afastamento definitivo de Caboclo. A previsão é que a votação possa ocorrer até o final de julho deste ano.
A segunda eleição é para o mandato 2023/2027. O detalhe é que normalmente o pleito ocorre um ano antes da posse. Por isso, deverá acontecer já em abril de 2022.
Para ficar claro, a previsão das eleições da CBF é a que segue abaixo:
- Julho de 2021: se Caboclo não voltar ao cargo, os oito vice-presidentes -Antônio Aquino (Acre), Castellar Neto (Minas Gerais), Ednaldo Rodrigues (Bahia), Fernando Sarney (Maranhão), Francisco Novelletto (Rio Grande do Sul), Marcus Vicente (Espírito Santo), Gustavo Feijó (Alagoas) e Antônio Carlos Nunes (Pará) — estão aptos a concorrer para decidir quem vai completar o mandato até abril de 2023.
- Abril de 2022: eleição para o mandato do período 2023/2027. Para concorrer, é preciso 8 assinaturas de presidentes de federações e 5 assinaturas de presidentes de clubes das Séries A ou B.
O detalhe é que Grêmio e Inter participam das duas votações. Em 2018, os dois clubes votaram em Rogério Caboclo. Para a primeira eleição, Castellar Neto, ex-presidente da Federação Mineira e atual vice da CBF, surge como favorito. Francisco Novelletto está apto a participar, mas não existe confirmação de que será candidato. Se concorrer, poderá receber o apoio da dupla Gre-Nal.
Só que no modelo de votação da CBF, quem tem o respaldo das federações tem tudo para vencer a eleição. O sistema funciona da seguinte maneira:
- 27 votos de presidentes de federações com peso 3 (81 votos no total)
- 20 votos de presidentes de clubes da Série A com peso 2 (40 votos no total)
- 20 votos de presidentes de clubes da Série B com peso 1 (20 votos no total).
Na prática, os presidentes das federações, que recebem salário da CBF, decidem o resultado. Justamente por isso, é muito difícil surgir um nome que consiga quebrar a corrente do grupo político que comanda a entidade.