Jack Kerouac mudou minha vida de todas as formas concebíveis. Já escrevi essa frase antes, referindo-me a Bob Dylan. Mas a verdade é que o motivo primordial pelo qual Dylan transubstanciou por completo minha trajetória foi justo o fato de, por meio da obra dele, eu ter chegado à obra de Kerouac. Dylan abriu as portas da percepção para mim, e depois arrancou-as dos batentes. Mas foi graças a Jack que me tornei tradutor, editor e escritor. Aos 22 anos, traduzi On the Road / Na Estrada, a mais conhecida obra de Kerouac e aquela que apresentou ao mundo a chamada Geração Beat, da qual Jack, junto com Ginsberg e Burroughs foi o principal avatar. Graças a isso, pude fazer a transição do jornalismo para o mundo editorial e acabei traduzindo e editando várias outras obras dos beats, bem como de autores influenciados por eles, tais e quais Charles Bukowski, John Fante, Sam Shepard e por aí vai. Orgulho-me, portanto, de ter ajudado a desencaminhar duas, talvez três, gerações de leitores.
Trajetória
Opinião
Jack Kerouac, o pai da Geração Beat, nasceu há cem anos – para mudar o mundo
Autor do clássico On the Road/Na Estrada, Kerouac desafiou os padrões e, com sua prosa caudalosa, inventou um novo estilo – de obra e de vida
Eduardo Bueno