Em meio aos escombros da velha Germânia, mal recuperada da invasão napoleônica e onde a revolução industrial já sussurrava que a máquina viria substituir a mão, milhares de camponeses desvalidos preferiram dar ouvidos a outro boato: "Quem quiser viver mais uma vez feliz deve viajar para o Brasil". O convite aliciante fazia parte da estratégia do major Jorge Antônio von Schäffer, encarregado por José Bonifácio de recrutar alemães e trazê-los para o sul do Brasil. Em Hamburgo, Schäffer fez publicar o livro Brasilien, listando as vantagens de trocar a Europa pela América e oferecendo 77 hectares de terra virgem por família, mais ferramentas, gado e sementes, além de auxílio financeiro nos dois primeiros anos e isenção de impostos por 10. Mas havia um preço a pagar: por exigência do governo alemão, aqueles que partissem para o Brasil deveriam renunciar à sua cidadania. Era uma jornada só de ida.
Pioneirismo alemão
Alguém achou que o poder público iria manter a Casa do Imigrante?
"Se o sangue daqueles pioneiros corresse em minhas veias, juro que não iria esperar pelas autoridades para ajudar a reerguê-la"
Eduardo Bueno