Amo os livros desde que me conheço por gente. Ainda lembro (e cá ainda tenho) do primeiro livro que comprei com a grana da mesada: A Pré-História, de Grahame Clark. Tinha nove anos e ele custou nove cruzeiros. A compra se deu na lendária Livraria do Globo, na não menos lendária Rua da Praia, em maio de 1967. Naquele mesmo mês e ano, meu pai evitou que eu virasse um mala completo e, num sábado de sonhos, levou-me à Livraria Aurora e me deu de presente a coleção completa de Karl May: os três volumes de Winnetou e a série Através do Deserto, Pelo Curdistão Bravio e De Bagdá a Istambul, que moldaram para sempre minha vida, despertando irrefreável paixão pelo Velho Oeste, pela civilização árabe e, é claro, pelos livros ilustrados de capa dura, pelos sebos e pelas livrarias.
DE HOMENS E LIVROS
O fechamento de livrarias não é algo que melhore o mundo
O mundo atual, da burrice-ostentação, da terra plana e da escola sem partido, imbecil e imbecilizante, venceu de novo
Eduardo Bueno