![Bruno Flores / Agência RBS Bruno Flores / Agência RBS](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/6/9/8/5/4/1/5_6d0e1ba43e37488/5145896_b48451dc5662cf1.jpeg?w=700)
A entrevista concedida por D’Alessandro antes do jogo entre Inter e São Luiz, em Ijuí, chamou a atenção menos pelo conteúdo e mais pelo tom. O diretor esportivo colorado, que tem a capacidade natural de imprimir intensidade e emoção em suas manifestações, dessa vez estava diferente. Parecia, em alguns momentos, até desconfortável. Como se aquela declaração não fosse algo que ele tivesse vontade de fazer, mas sim uma obrigação imposta pelo contexto.
D’Alessandro voltou a falar sobre a arbitragem do Gre-Nal, ocorrido quatro dias antes. Criticou critérios, apontou lances, questionou a escolha do árbitro de vídeo Daniel Bins e sugeriu que ele não fosse mais escalado para jogos do Inter, especialmente em um eventual novo clássico no Gauchão. Mas o discurso não teve a ênfase habitual do argentino. Pelo contrário: transpareceu mais uma necessidade institucional do que uma indignação genuína.
E é justamente aí que mora o problema. O Inter já havia se manifestado oficialmente sobre o tema, tanto nas redes sociais quanto por meio do vice de futebol José Olavo Bisol, que abordou as mesmas questões levantadas por D’Alessandro. Retomar o assunto quatro dias depois soa exagerado e, de certa forma, desnecessário. Principalmente porque a discussão sobre a arbitragem não tem levado o campeonato para um caminho positivo.
Importante ressaltar que o Grêmio também se manifestou sobre a arbitragem do clássico, por meio do vice de futebol Alexandre Rossato. Antes disso, nas redes sociais, já havia ocorrido uma publicação absolutamente inadequada do vice-presidente gremista Eduardo Magrisso, questionando decisões capitais da arbitragem em jogos do Inter e sugerindo favorecimento.
No fim das contas, a troca de acusações só alimenta uma narrativa perigosa: a de que os erros são propositais e de que há árbitros favorecendo deliberadamente um dos lados. Esse tipo de insinuação não tem base, não se sustenta e prejudica a credibilidade da competição como um todo.
Seja pelo lado do Inter ou do Grêmio, a repetição desse ciclo de reclamações constantes só desgasta o ambiente e enfraquece a arbitragem. No fim das contas, um dos dois clubes será campeão. Mas o Gauchão já está perdendo.
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