O destino exato ninguém sabe neste ano maluco. Mas, ao enfim unir resultados (no plural) e rendimentos (também no plural), o Grêmio entra na briga. Se jogar sempre como diante do Ceará, pode até pensar em algum título. E não se trata apenas de Jean Pyerre, o camisa 10 padrão Canal 100, que jogou de fraque, cartola, polainas e suspensório no 4 a 2 sobre o Ceará.
O golaço de falta foi a cereja do bolo de sua melhor partida com a camisa tricolor. O meio-campo movediço de Matheus Henrique e Darlan, mais JP 10, reviveu os tempos da Libertadores 2017. O trio recolocou Diego Souza na vida.
E, importantíssimo: o novo Pepê, que joga tanto no meio quanto no flanco, encorpa ainda mais a faixa central com passes, dribles, aproximação e tabelas rápidas. Dar mais campo a ele pode ser a melhor sacada de Renato no ano.
Foi a melhor partida do Grêmio em 2020. Algo tão acima da média que será difícil de repetir. Mas, se conseguir mais algumas vezes em momentos cruciais, aí o voo de Renato pousará em porto seguro e feliz.
Brasileirão
O título está incrivelmente em aberto no Brasileirão da peste. Do líder Galo ao sexto colocado, Santos, são só quatro pontos.
Lesões, infectados, convocações, troca frenética de técnicos. Há muitas variáveis. Elas podem produzir arrancadas ou derrocadas repentinas.
O campeão mora no bloco que vai até os 32 pontos, onde hoje está o Fluminense, no 8º lugar. O Bahia, em 9º, soma distantes 25 pontos. O Grêmio é 7º e ainda tem o Goiás para vencer, em jogo atrasado. Qualquer um deste bloco do 1º ao 8º pode ser campeão, embora o Atlético-MG tenha a vantagem de só se preocupar com o Brasileirão.