Vejo certa esquizofrenia, aqui e ali, nas análises sobre Eduardo Coudet. Tinha de mudar para sair da mesmice dos anos anteriores, nas quais as derrotas se acumulavam. Jogando bem ou mal, o Inter só perdia. Aí, quando vem o técnico para riscar fora da casinha, as atenuantes de antes — falta de qualidade no elenco, tempo para trabalhar, ausência de contratações, cofres raspados — deixam de valer.
Pitadas de ódio ao argentino em meia dúzia de partidas beira a xenofobia. Era óbvio que os tropeços viriam. Escrevi isso algumas vezes quando Coudet foi anunciado: técnico estrangeiro, proposta diferente, calendário de emergência.
É preciso um mínimo de tempo. Sair ganhando todas com show de bola não seria futebol, e sim mágica. Não é justo exigir todas as soluções de um técnico em fevereiro.
Olhando o massacre contra Eduardo Coudet após perder o Gre-Nal nos acréscimos, como se o Grêmio fosse um time qualquer, fico pensando no que acontecerá se o Inter for eliminado pelo Tolima.
Execução em praça pública? Enforcamento? Tortura?
Criticar, sempre. Perseguir, jamais.
Não posso acreditar que o campeão argentino não saiba nada de futebol. É razoável crer que, aos poucos, as correções venham. A principal é repensar Rodrigo Lindoso (ou Musto) em nome de um meia criativo. Outra é um atacante de velocidade entre os titulares.
E, por fim, rever ao menos um dos laterais, de muita transpiração e pouca inspiração. Bruno Fuchs ou Rodrigo Moledo não é a questão central.