O mundo ama o egípcio Mohamed Salah porque ele é muçulmano praticante e cultua a tolerância religiosa. É benfeitor. Constrói hospitais infantis e escolas do próprio bolso em cidades pobres.
Por isso há torcida para ele se recuperar a tempo da estreia na Rússia, contra o Uruguai. Diante desse quadro, o zagueiro espanhol Sérgio Ramos trabalha firme para ser o vilão da Copa. Nesta quarta-feira, o brasileiro Roberto Firmino o chamou de idiota. E nem dá para condená-lo.
Ramos disse que foi Salah, e não ele, quem puxou primeiro o braço na queda cujo resultado foi o ombro deslocado do craque. Debochou da tragédia pessoal do goleiro do Liverpool.
Um exame nos EUA apontou concussão cerebral em Karius após o zagueiro acertar-lhe o rosto com o ombro. A causa dos frangos incríveis podem ser uma perda da noção de distância. Para fechar, Sérgio Ramos atacou: "só falta agora o Firmino dizer que pegou resfriado porque pingou uma gota minha de suor nele".
Há mais de 5 mil organizações muçulmanas registradas em solo russo. Muitas das dezenas de etnias que vivem no país da Copa professam o islamismo. Ainda são minorias, mas o cálculo é que já somam 14% da população.
É só juntar as pontas. Salah é um herói muçulmano. A torcida por ele é planetária e ecumênica. Ele é o mocinho. Não duvido que Sérgio Ramos seja vaiado quando tocar na bola, pela Espanha.
Ele está pedindo para ser o grande vilão. Sua arrogância é insuportável.