
A ausência de renovação automática em caso de simples acesso entrou no combo que demitiu Guto Ferreira. O gatilho seria acionado, segundo o contrato, apenas em caso de título – ao contrário do que vinha sendo veiculado.
Voltar à Série A valia bônus por objetivo, tão somente. Como o técnico saiu antes até do retorno matemático à Série A, essa parte não foi obstáculo. A gota que entornou o copo, conforme apuração do colunista, foi a entrevista infeliz em Lucas do Rio Verde.
Ao falar sobre as chances perdidas, respondeu que não entrava em campo. Ainda que tenha sido só trapalhada verbal, pegou mal no vestiário. Não houve rebelião, e sim constrangimento.
Que, somado à ruína do sistema defensivo (na sequência de vitórias, lá atrás, o Inter de Guto chegou a ficar cinco jogos sem tomar gol), resultou na demissão.
Se não ficaria para 2018, que saísse logo, a tempo de o clube buscar novo ânimo para buscar nesta terça-feira, em Barueri, contra o Oeste, o pontinho salvador do acesso sob comando de Odair Hellmann, a quem os jogadores adoram.
Não é a mais planejada e científica das estratégias, mas foi a possível diante do medo. Medo de que, após os quatro jogos sem vitória, uma derrota deflagre aquela terrível espiral descendente que turva a lucidez, cujas consequências são imprevisíveis.
Nomes
Abel Braga já sabe que o Inter gostaria de tê-lo pela sexta vez na história. Tem contrato com o Fluminense até o fim de 2018. Uma saída passaria por acordo. O Inter não tem dinheiro em caixa para multas rescisórias altas.
Sair um pouco do Rio, depois da trágica morte do filho, vindo para uma cidade que gosta muito e na qual morou cinco vezes nas últimas quatro décadas, sempre como treinador do Inter, poderia fazer-lhe bem.
Abel tem muitos amigos em Porto Alegre. Se ele for aliado nisso, melhor. Abel e Marcelo Medeiros cultivam amizade que inclui as esposas em jantares com fotos no Facebook. São muito próximos.
A direção quer alguém com experiência e estofo de Série A. Roger Machado, que com os mesmos jogadores revolucionou o Grêmio burocrático de Felipão e tem um título em Minas sobre o Cruzeiro (atual campeão da Copa do Brasil), é considerado desta turma – e não aposta.