A maneira como o Inter buscou os gols para subir, já que deve fechar a Série B dono do segundo melhor ataque, atrás do Londrina (52 a 55), merece uma reflexão para o futuro.
E, vamos combinar, isso importa muito nesse momento do que ser ou não campeão na última rodada, em casa, contra o Guarani. O Inter está dois pontos atrás do América-MG, que pega o CRB em BH. Vitória do Inter e empate no Independência bastam, pois os critérios de desempate favorecem os colorados.
Bem, mas meu tema é outro. Um ponto de vista diferente, visando o futuro vermelho. O maior número de cruzamentos certos na Série B, aqueles que resultaram em algum tipo de finalização, foi do time treinador por Zago/Guto/Odair: 266.
O acesso veio com pobreza de qualidade na construção ofensiva, apesar do alto número de finalizações.
Muito balonismo futebol clube e segunda bola; pouca troca de passes. Saber atacar sem desproteger a defesa é a equação que, quando bem resolvida, distingue o bom técnico. O Inter devia pensar nisso antes de escolher o nome para 2018. Abel Braga, Roger Machado ou qualquer outro tem de ser o segundo passo.
OS QUATRO - O nível técnico do campeonato foi um dos piores dos últimos anos, mas ao menos os quatro que garantiram acesso à Série A são de clubes de futebol de verdade, e não de barrigas de aluguel.
Torci muito contra o Oeste, por exemplo, que nem cidade tem. Idem para o Boa. Que contribuição dariam na Série A, a não ser forrar o bolso de alguns empresários? América-MG, Inter, Ceará, Paraná e têm relação forte com suas comunidades. O Inter exibe torcedores fora do Rio Grande do Sul, inclusive. O Ceará reúne a maior paixão do Nordeste, possivelmente.
TRADIÇÃO - O América-MG, consumido pela rivalidade entre Cruzeiro e Atlético-MG, não leva público ao estádio. Sua média de público foi só a 13ª, mas encontrou uma fórmula de existir enquanto clube médio. Soma 11 Estaduais e possui estádio próprio, algo que os dois grandes de Minas não conseguiram ainda.
O Paraná é resultado de um processo de fusões de entidades representativas que remonta os anos 1930, anteriores que Pinheiros e Colorado, em 1989. Náutico e Santa Cruz caíram, o que é ruim, mas a volta do Ceará ajudará a não deixar o Brasileirão se torna um combinado Sul-Sudeste.