Foram anos reivindicando que o reino conservador do futebol, mandado pela Fifa, admitisse que o mundo mudou. Não dava mais para evitar o uso do vídeo, a fim de dirimir dúvidas. Quantas mentiras foram validadas, quando bastava fazer como na noite desta terça-feira? Wilmar Roldan não viu na hora, mas bastou conferir no monitor e pronto: pênalti para o Lanús, contra o River Plate: nascia o quarto gol do Lanús, de pênalti, após o River sair vencendo por 2 a 0. Uma virada improvável, mas aconteceu.
Aliás: o recurso da imagem, se fosse requisitado em lance de pênalti não marcado para o River, antes deste, também poderia ter ajudado a devolver a verdade ao lance. E alterado novamente o placar. Viva o árbitro de vídeo! Uma realidade que veio para ficar.
O torcedor do modesto Lanús nunca mais vai esquecer. O River começou patrolando. Fez 2 a 0. Mas deitou nos louros. Relaxou. Mascarou. Como poderia tomar quatro, após a vitória de 1 a 0 em casa? Tomou. A bravura do Lanús, que jamais se desesperou, com bola no chão, triangulando, foi comovente. Um gol no finzinho do primeiro tempo e outro na abertura do segundo anunciaram a reação bordô.
A pergunta agora é: foi ruim para o Grêmio, pelo fato de o segundo jogo da final ser na Argentina, caso o time de Renato confirme classificação diante do Barcelona-EQU?
Minha opinião é de que não.
O Grêmio joga até melhor fora de casa. O fator local não é tão decisivo, pelo perfil da equipe de Renato, que ganha muitas partidas longe da Arena. A loucura que se viu em River e Lanús tem muito a ver com a rivalidade local. Duvido que se repita contra o Grêmio, desse jeito insano. Agora o Lanús volta a ser Lanús: um bom e organizado time, mas que só foi melhor campanha pela mancada da Chape. Tudo pode acontecer em futebol, mas entendo que ficou de bom tamanho para o Grêmio pegar o Lanús na final, mesmo decidindo fora de casa. Será uma decisão muito difícil, mas creio no Grêmio.