Os números de Guto Ferreira já não deixam dúvidas de como ele trabalhou a sua caravana em silêncio, sem dar muita bola para o barulho dos cães ladrando ao redor.
Futebol é assim mesmo. A crítica é do jogo, ainda mais em um país de sangue latino e apaixonado como o nosso. Dá para entender os excessos por aí, ainda que discorde deles.
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Guto nunca se importou com as vaias que recebeu. Vai para o jogo de sexta-feira, contra o Paysandu, na condição de melhor defesa, melhor saldo, visitante de melhor aproveitamento e a três gols de ser o melhor ataque da Série B.
Com o time definido e cinco vitórias seguidas, Guto já planejou os passos a seguir: aumentar o número de alternativas de nomes (para além dos 11 e mais Nico e Camilo) e de variações táticas.
A possibilidade de Nico como falso 9 é uma delas. Por enquanto, é Damião e mais 10.
O uruguaio entrará na beirada, saindo Pottker ou Sasha, o que estiver mais cansado. O técnico do Inter tem dois temores na calmaria. O primeiro é a desconcentração.
De uma hora para outra, agora tudo parece fácil, mas só é assim porque o time ficou mais operário e disciplinado.
O outro temor é a reversão de expectativa, numa espécie de bipolaridade crítica. Já tem gente achando que o Inter vai subir em duas semanas. Antes, tragédia. Agora, nirvana. Menos, pessoal. Um jogo de cada vez, sem perder a humildade.