Eu disse, no Sala de Redação desta quarta-feira, que o Sport tinha potencial para incomodar o Inter no Beira-Rio. É um time treinado por um bom técnico, esse Jair Ventura, filho do Jairzinho, o Furacão da Copa. E, além disso, lutava pela sobrevivência. Era evidente que estaria muito concentrado.
Ventura armou um esquema funcional: fechou a defesa com três zagueiros e esperou pelos contragolpes. Foi assim que saiu o primeiro gol, numa falha bisonha de Dourado na intermediária de ataque, permitindo a corrida livre do atacante adversário.
Nós temos o hábito de analisar um jogo pelo ponto de vista dos nossos personagens. Assim, o Inter teria perdido porque errou muito. Errou, de fato, mas não muito mais do que erra em qualquer outra partida. O que aconteceu foi que o Inter não conseguiu se impor diante de um time sólido na defesa. O Sport venceu por seus próprios méritos.
O maior erro do Inter talvez tenha sido cometido pelo técnico Abel, no segundo tempo, ao tirar Patrick do time. Patrick é o jogador que quebra linhas. É quem parte para o drible, quem enfrenta pessoalmente o inimigo, quem ousa. É ele e ninguém mais. Sem Patrick, o Inter se emasculou, não conseguiu criar mais chances e até poderia ter levado mais um ou dois gols nos contra-ataques do Sport.
Ainda não há nada perdido, mas parece que a decisão do campeonato se dará no Maracanã. O Inter terá de, no mínimo, não perder para o Flamengo daqui a duas rodadas. E vencer o Vasco na próxima.