Assim como a cada ano as frutas se repetem na estação a que pertencem, assim também há perguntas que reaparecem todos os anos nesta coluna, seguindo um calendário a que já me acostumei. (1) Quando se aproxima o Natal, querem saber se Papai Noel tem plural; tem, sim: as lojas se enchem de Papais Noéis cansados e malnutridos. (2) No finzinho do ano, querem saber se devem desejar aos amigos um feliz ano novo com ou sem hífen; com, se eu estiver me referindo às festividades da passagem de ano (passei o ano-novo dormindo), mas sem, se estiver me referindo ao novo ano (Viram? aqui posso inverter a ordem substantivo/adjetivo!): aceite meus votos de um ano novo repleto de felicidades, blá, blá, blá. (3) Quando passa o São João e a festa é postergada para julho, querem saber se agora ela deve ser chamada de festa julina, porque o mês trocou — e é claro que não, porque este é um tipo de festa característico, geralmente realizada em junho, mas não necessariamente: para seu casamento em janeiro, uma noiva pós-moderna pode planejar um simples luau na beira da praia, ou uma festa cigana ou uma festa junina — e todos os convidados saberão exatamente que tipo de música vão ouvir e qual o traje deverão usar.
O Prazer das Palavras
Opinião
Ouviram do Ipiranga
Quem é, afinal, o sujeito da frase inicial do nosso hino?
Cláudio Moreno
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