A advogada Gustava K., de São Paulo, faz uma interessante observação sobre os sutis mecanismos de nosso idioma: "Professor, na minha profissão, é comum nos referirmos aos advogados de uma ação como patronos da causa — os homens são patronos, as mulheres, é claro, são patronas. Não vejo problema algum nisso, até porque eu acharia esquisito se me chamassem de patronnesse, que é Francês e nada tem a ver com nosso trabalho, já que só se emprega para aquelas senhoras endinheiradas que promovem chás beneficentes. Agora, desculpe a pergunta (pode ser cacoete de advogada, acostumada com leis): se na nossa língua há um monte de "casais" de palavras que deixam bem claro o dualismo entre pai e mãe — como padrinho e madrinha, compadre e comadre, padrasto e madrasta —, como é que patrono escapou desta regra, formando o feminino com um simples –A, como advogada ou promotora? Seria porque, para muitos, matrona tem valor pejorativo?".
O Prazer das Palavras
Notícia
Matrona
A palavra passou a ser usada com sentido crítico, praticamente ofensivo, para descrever uma mulher corpulenta