O fenômeno é conhecido por todos: um vocábulo que estava bem quietinho no seu canto, democraticamente listado entre os milhares de palavras que habitam o dicionário, subitamente vem para a luz dos holofotes, cai na boca do povo e se torna uma das celebridades do momento. Foi o que aconteceu em março, quando a OMS declarou oficialmente que a Covid-19, até então tratada como epidêmica, passava à condição de pandêmica: só então o falante comum se deu conta de que existia uma diferença significativa nos prefixos epi- e pan- e que os dois vocábulos não eram sinônimos, como os médicos e epidemiologistas sempre souberam. Como se diz, em questões de linguagem a realidade é a melhor professora − e das antigas, porque com ela não tem nhenhenhém nem corê-corê.
O PRAZER DAS PALAVRAS
Fômites
Palavra nova! Maravilha! Os leitores me entendem: um biólogo que encontrasse uma nova espécie de caranguejo do mangue não ficaria mais contente do que eu...