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A principal notícia do Grêmio na quarta-feira (26) foi a negociação do volante Kaick, de 19 anos, destaque do clube na Copa São Paulo, para o futebol do Estados Unidos. O negócio gira em torno de 4 milhões de dólares, e deixa claro o caminho adotado pelo clube em relação a compra e venda de atletas.
Com a venda de Kaick, são quatro meninos oriundos da base vendidos nesta janela, o que supera qualquer coincidência. Nathan Fernandes, Guga, Zé Guilherme e, agora, Kaick, demostram uma escolha da gestão. O Grêmio, claramente, tem trocado ativos jovens, e ainda sem a certeza de sucesso, por jogadores com mais números, promissores, mas que ainda necessitam de confirmação. Essa janela ensinou muito sobre esse caminho do Tricolor.
Os jovens jogadores brasileiros geram muita curiosidade no mercado e como os espaços são pequenos nos clubes, muitas vezes, é melhor vender antes de testar. Se, de fato, qualquer um destes atletas poderia valer muito mais do que estão sendo vendidos, também precisamos pensar que o Grêmio não poderia absorver todos eles no seu grupo principal. O clube, por isso, precisa liberar estes jogadores, mesmo que por valores irrisórios.
Em contrapartida, fica claro que o clube tem usado essas receitas para reinvestir. Nesta janela, foram mais de 60 milhões de reais para trazer jogadores, alguns jovens, mas todos mais confirmados no mercado nacional e sul-americano. O valor total investido é bem proximo da receita que o Grêmio teve através da venda destes novos atletas.
Necessidade
Muitos podem críticar a ação de vender, mas essa é uma lógica muito mais complexa e que não pode ser respondida apenas com um caso específico. O mundo do futebol gira em torno dos negócios e o dinheiro está sempre restrito. As soluções, por isso, podem ser moldadas pela venda de muitos jogadores jovens e, a partir daí, se criar caixa para reforçar um time que precisa ser competitivo da noite para o dia.
Kike Olivera, Amuzu, Cuellar e Wagner Leonardo são alguns dos frutos que surgiram das vendas de Nathan Fernandes, Zé Guilherme e outros. O futebol vai nos ensinando e os projetos vão se moldando. Confesso que aceito com bons olhos a ideia. Ela é muito clara e define uma estratégia, o que precisa ter sempre o nosso respeito.
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