O clássico Gre-Nal está marcado para este domingo (8), e precisamos discutir situações que parecem estar entranhadas na cegueira da análise sobre a nossa rivalidade. A discussão se dá por dois motivos: o número de gremistas no Beira Rio e a imagem do torcedor colorado que havia sido punido por invasão de campo contra o Caxias tranquilamente nas cadeiras na última quarta-feira (4).
Fica difícil explicar o motivo de termos em dois jogos separados por quatro dias, no mesmo estádio e na mesma cidade, a diminuição do público visitante em 50%, pelo simples fato de que este clube é o Grêmio, rival local do mandante.
Na quarta-feira, a torcida do Fluminense, predominantemente, veio do Rio de Janeiro e precisou de um grande efetivo de segurança para estar no estádio. Os torcedores do Grêmio, que estarão em menor número no Beira Rio, também irão receber um grande cuidado das forças públicas. Essa é uma lógica que não pode ser entendida como correta. É preciso discutir, pensar, desenvolver soluções. Não podemos perder para a estupidez e para os conflitos.
O outro ponto que merece a nossa atenção está em um episódio que discutimos por muito tempo ainda durante o Gauchão. Na eliminação do Internacional para o Caxias, houve invasão de campo e um torcedor ficou marcado por entrar com uma criança no colo no gramado (veja no vídeo abaixo) e, mesmo assim, agredir um jogador do adversário sob os olhares dos seguranças do Inter.
Na última quarta-feira (4), na derrota colorada para o Fluminense, uma imagem gerou muita discussão nas redes sociais entre torcedores da dupla Gre-Nal. O mesmo torcedor foi filmado, junto à mureta, torcendo tranquilamente pelo seu time. E essa conversa também precisa estar na nossa mente porque ela está conectada com o primeiro assunto.
Juridicamente, pelo que levantou a reportagem de GZH, o torcedor estava liberado para ir ao jogo e isso, portanto, desfaz todo e qualquer crime dessa conduta, mas não exclui a falta de bom senso em toda essa relação, e a incrível incapacidade de punição nas leis esportivas do futebol.
Por tudo, vemos a cada ação uma incoerência digna de vergonha. Enquanto tratarmos as discussões relacionadas a Grêmio e Internacional desta maneira, evidenciando tratamentos desiguais e distorções, não daremos o curso correto para tal problema.
É preciso punir quem comete o crime, executar punições mais severas às pessoas que cometem os erros e preservar o coletivo. Até o momento, a punição aos clubes não gerou um resultado efetivo e, por isso, é preciso mudar. O Gre-Nal e o futebol gaúcho estão sob risco.