Tratar a derrota de 1 a 0 e a eliminação para o Flamengo, em um Maracanã hostil, como um jogo isolado, não me parece o melhor caminho para os gremistas. As análises dos 90 minutos darão um recorte que pode não ficar próximo do atual contexto que o Grêmio vive.
O primeiro ponto de análise, na minha visão, precisa ser a diferença do Tricolor em relação a ele mesmo. Há um ano, os torcedores do Grêmio reclamavam uma derrota para o CRB, com dois gols de um goleiro, pela Série B, em um dos episódios mais constrangedores da história recente do clube.
Pois nesta quarta-feira (16), mesmo diante de uma derrota, o Grêmio lutou e jogou no seu lugar. Uma disputa entre grandes clubes, em um estádio lotado e valendo vaga na final de uma competição nacional.
Dito isto, o jogo contra o Flamengo também pode ser visto com uma visão de futuro. Com a eliminação e uma página encerrada na temporada, o Grêmio pode começar a avaliar o que deu certo nas ações de reconstrução do clube, e também o que fracassou.
Escolhas e caminhos precisam ser sempre avaliados. Em 2024, a régua será exatamente o que determinou a eliminação para o Flamengo, e fica claro que falta muito ainda.
Por fim, a relação com o Flamengo. Nesta temporada, são três derrotas em três jogos. Seis gols sofridos e nenhum feito. Dois jogos razoáveis e um ruim, e também uma curiosa submissão em relação a estes resultados. E essa não me parece uma conduta correta.
O Grêmio é conhecido por sua intransigência com a derrota, e esses jogos precisam gerar indignação. Por mais investimento que o time carioca tenha, o Tricolor precisa se rebelar contra o fracasso. Perder com essa camisa não pode ser considerado normal, independentemente do contexto. Esse, me parece, foi o único erro definitivo na noite do Maracanã.