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As altas temperaturas, experienciadas pelos gaúchos nas últimas semanas, vem afetando não apenas os humanos, mas também seus fiéis companheiros: os pets.
Em geral, cachorros e felinos são bastante sensíveis ao superaquecimento, já que não possuem mecanismos tão eficientes para regulação da temperatura corporal como a transpiração vista em humanos. É o que explica Gabriela da Cruz Schaefer, médica veterinária do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
A troca de calor realizada pelos pets, buscando amenizar a temperatura, é feita, principalmente, por meio da respiração. Por isso, apesar de todos os animais de estimação sofrerem com as máximas climáticas, algumas características podem colaborar para o agravamento do quadro.
— Cães e gatos obesos e braquicefálicos, ou seja, de focinho curto, como cães das raças buldogue e shih tzu e gatos da raça persa, são mais suscetíveis ao calorão, assim como animais idosos ou com doenças cardiorrespiratórias — pontua a veterinária.
Em casos graves, a hipertermia, ou seja, a elevação anormal da temperatura corporal, pode levar à falência de órgãos e até à morte de cães e gatos. Essa condição pode ser colaborada pela longa exposição ao sol, assim como pelo clima.
Hidratação é essencial
Para tentar contornar a situação, mantendo a saúde do pet em dia, é essencial que os tutores busquem estimular a hidratação constante dos animais. Além disso, de acordo com a veterinária, é necessário fornecer locais com sombra e boa circulação de ar para gerar um maior refresco ao pet.
Em casos de passeios, é importante lembrar que o asfalto pode causar queimações nas patas dos animais. Por isso, é recomendado verificar se a temperatura do solo está adequada. Os tutores podem fazer isso, por exemplo, tocando o chão com as mãos.
Gabriela ressalta que é importante ficar atento aos sinais clínicos dos pets, que incluem ofegação excessiva, respiração ruidosa ou angústia respiratória. Agitação, salivação também são sinais que podem indicar fraqueza e situação de risco.
— Neste caso, recomenda-se levar o animal a um local fresco e ventilado, fornecer água fresca em pequenas quantidades. Contudo, não é recomendado forçar a ingestão. Em casos graves, levar o animal para atendimento veterinário de emergência — recomendou.
Como cuidar do pet nas altas temperaturas:
- Fornecer água fresca e limpa constantemente
- Espalhar diversos bebedouros pela casa
- Gatos podem preferir a água corrente, portanto as fontes de água podem ser uma opção mais estimulante para hidratação
- Colocar pedrinhas de gelo nos potes de água pode ajudar a manter a água fresca por mais tempo
- Fornecer alimentos úmidos específicos para cães e gatos, como enlatados, sachês, petiscos líquidos, entre outros
- É possível adicionar um pouco de água em alimentos úmidos de gatos que não possuem o hábito de buscar bebedouros com frequência
- Ofertar água aos cães durante os passeios
- Não levar os cães para passear nos horários mais quentes do dia, preferindo o início da manhã e final da tarde, ou até mesmo a noite
- Jamais deixe o animal dentro do carro fechado