O Senado deve debater nesta sexta-feira (10), em sessão temática, os resultados do IPCC, sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. O último relatório do painel, divulgado em agosto, foi classificado pelo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como "um código vermelho para a humanidade".
A sessão, que será virtual, está marcada para as 9h. Estão confirmadas as participações da jovem ativista ambiental sueca Greta Thunberg e do químico David King, líder do Conselho Consultivo de Crise Climática e ex-assessor científico do governo do Reino Unido.
Também devem participar o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo; o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; a ativista ambiental indígena Samela Sateré Mawé; e Fiona Clouder, embaixadora da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (a COP-26, que começa em 31 de outubro em Glasgow, na Escócia).
Foram convidados ainda representantes do IPCC, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Ministério do Meio Ambiente.
Documento conclusivo
O debate foi requerido pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), e o requerimento foi subscrito por outros 15 senadores. Ao pedir a sessão temática, ele citou o relatório do IPCC, escrito por mais de 200 cientistas de diversos países, e afirmou que o documento é o mais abrangente e conclusivo já feito sobre a crise climática.
"De acordo com o relatório supracitado, do aquecimento de 1,09°C observado atualmente, 1,07°C deriva de ações humanas, como desmatamentos e a queima de combustíveis fósseis. O modo de vida do ser humano está afetando todo o planeta, com efeitos que já podem durar centenas de anos, mesmo que as emissões de gases de efeito estufa sejam reduzidas a zero no dia de amanhã", diz o senador no requerimento.