A Mata Atlântica segue sofrendo com o desmatamento ilegal. Entre 2016 e 2017 foram destruídos o equivalente a 7.387 campos de futebol (5.275 hectares) do bioma. Os dados são da Operação Mata Atlântica em Pé, realizada pelos Ministérios Públicos de 15 Estados (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe) , órgãos ambientais e polícias. Apenas Rio de Janeiro e Alagoas, que também têm bioma dentro de suas áreas, não participaram da operação. O trabalho contou com imagens de satélite obtidas pela Fundação SOS Mata Atlântica para saber onde havia área desmatada.
No total, foram aplicados R$ 20.640.112 em multas aos desmatadores. Além disso, foram apreendidos 7,4 mil m³ de árvores derrubadas. É o equivalente a 493 caminhões lotados. O promotor do Ministério Público do Paraná Alexandre Gaio foi quem coordenou nacionalmente a operação.
— Apesar do bioma Mata Atlântica ocupar apenas 13% do território nacional, abrangendo 17 Estados, 140 milhões de pessoas vivem nesse bioma. Então, é uma preocupação constante do Ministério Público, não só para preservar o bioma, mas também com o impacto da redução do bioma para a vida dessas pessoas.
Segundo o promotor, em um Estado, o desmatamento chamou a atenção:
— Foram os dados de Minas Gerais, que ainda somaram um alto índice de desmatamento.
Minas Gerais foi o Estado com o maior desmatamento (1.227 hectares), seguido de Mato Grosso do Sul (810) e Paraná (618). O Rio Grande do Sul aparece com 136 hectares de mata destruídos.
De acordo com o promotor Alexandre Gaio, o desmatamento ocorre, na maioria dos casos, para ampliação do agronegócio.
— Seja para agricultura ou para a pecuária. Ou para implantação da silvicultura, ou plantação de exóticas para fins comerciais, como pinos e eucalipto. Tem caso de simples extrativismo, exploração da madeira para fabricação de carvão e abandono das áreas.
As infrações ambientais são tratadas nas esferas administrativa, cível e criminal. A multa é de R$ 7 mil por hectare desmatado, indenização por dano irreparável que pode chegar a esse mesmo valor, recuperação da área degradada e até prisão.
Confira o versão em áudio da reportagem: