
Nos primeiros dias da semana, motoristas que usam a BR-386 na região entre Montenegro e Canoas depararam com grandes congestionamentos em certos horários do dia, no sentido Interior-Capital. O abarrotamento de veículos no trecho ocorreu em razão do estreitamento de pista para obras de fresagem e recomposição asfáltica, realizadas no período diurno.
A situação reacende o debate sobre alternativas para diminuir os efeitos de gargalos criados em razão de trabalhos em rodovias. Doutor em Engenharia com ênfase em sistemas de transporte e professor da Escola Politécnica da PUCRS, Rafael Roco de Araújo cita a ampliação da comunicação por parte dos órgãos que administram as rodovias aos motoristas como fator importante para tentar diminuir os transtornos. E reforça que motoristas precisam ter paciência nos trechos congestionados:
— Infelizmente pode ter atraso. Por favor, não queira descontar na velocidade depois. Não vai dar certo. Comunique que vai chegar mais tarde. Não adianta tentar compensar andando a 150 km/h.
A professora Helena Cybis, coordenadora do Laboratório de Sistema de Transporte da UFRGS, também cita a comunicação como fator importante para minimizar o efeito de obras no tráfego, apesar da dificuldade de montar estratégias levando em conta as particularidades de cada usuário.
— Pessoas que não precisam viajar, não viajariam. Pessoas que precisam, poderiam se organizar para viajar antes em outro horário. Enfim, a população se reorganiza e de, alguma forma, isso colabora para reduzir impactos.
Aplicativo
Professor da Escola de Engenharia da UFRGS e PhD em transportes, Luiz Afonso Senna diz que, além da importância de ampla divulgação do cronograma de obras, empresas responsáveis devem adotar postura preventiva em relação ao maquinário, minimizando a chance de atrasos causados por falha. A união entre tecnologia na sinalização e informação também ajuda a diminuir os transtornos, afirma.
— Um bom ajuste na implantação de sinalização eletrônica, mesmo que temporária, com avisos, sempre é bem-vindo em situações como essas. São sistemas de informação para quem está usando a via — diz.
Atualmente, a CCR ViaSul disponibiliza informações aos usuários, principalmente via site. O grupo planeja lançar até o final do ano aplicativo que vai fornecer dados sobre intervenções, como obras e içamentos do vão móvel. A empresa aposta na ferramenta como uma das alternativas para ao menos reduzir engarrafamentos. A companhia ainda não tem previsão de intensificar a atuação nas redes sociais no Estado.
Ao justificar o horário da intervenção no trecho da BR-386, a CCR Viasul informa que não operou no período noturno em razão das baixas temperaturas registradas nesta semana. Gestor de engenharia da empresa, Elvio Torres explica que a mistura asfáltica precisa de temperatura ambiente acima dos 10ºC para garantir a qualidade do serviço. Além disso, Torres cita questões de segurança para não tocar a obra nesse trecho no período da noite:
— Toda essa região de Porto Alegre é de baixada, próxima ao rio. Hoje (quinta-feira, 26) estava completamente fechada de neblina. Imagina a equipe trabalhando à noite e baixa cerração, com a máquina na pista. A sinalização à noite fica menos visível, e o risco de acidentes nessas condições é muito grande.
Para tentar diminuir os transtornos no trecho, a CCR ViaSul começou os trabalhos mais tarde e encerrou mais cedo no trecho, driblando os horários de maior circulação de veículos. cedência de terreno em Santo Ângelo para a Escola Raio de Sol, da Apae, que atende mais de 200 crianças. A área fica junto ao imóvel que abrigou o Núcleo de Educação de Jovens e Adultos.