O governo do Estado admite a possibilidade de novos atrasos nos repasses de recursos destinados a pagamento de aluguel social de moradores reassentados que residiam às margens da RS-118, na Região Metropolitana. Desde a tarde de terça-feira (27), um grupo de moradores de Sapucaia do Sul bloqueia totalmente a rodovia na altura do quilômetro dois, devido a atrasos na quitação do benefício.
Cerca de 20 pessoas, que dizem representar as 900 famílias cadastradas, afirmam que só irão liberar a RS-118 após a regularização dos atrasos, que chegariam a três meses. As famílias tiveram que sair de moradias às margens da rodovia em função do projeto de duplicação da estrada.
"Tem gente que já foi despejada. Queremos uma solução", diz Maria Maquele, uma das manifestantes.
O governo admite atrasos, mas nega que ocorra há três meses. Segundo o diretor de Habitação da Secretaria Estadual de Obras, Saneamento e Habitação, Eduardo Fiorin, os valores referentes ao início de agosto foram pagos no final de setembro. Fiorin explica que o atraso, agora, atinge apenas cerca de 30% das famílias cadastradas, e que o aluguel social de setembro será pago ainda hoje.
"Como nós promovemos um atraso, as famílias não conseguiram pegar os recibos de quitação dos aluguéis com os proprietários. E quando nos entregaram, não havia mais tempo hábil para fazermos o empenho. Seguimos com o mesmo dilema do Estado e, certamente, as dificuldades continuarão", afirma Fiorin.
Enquanto segue o protesto, o trânsito em Sapucaia do Sul é desviado por dentro do Bairro Capão da Cruz, pela Avenida Luiz Pasteur e Rua Dez. Moradores reclamam que o desvio sobrecarregou ruas estreitas e trouxe insegurança para os pedestres, especialmente em função da circulação de ônibus e caminhões. Nesta manhã, apenas uma viatura do Comando Rodoviário da Brigada Militar orientava o trânsito na região.