Rodoviários de Porto Alegre encerraram a Operação Tartaruga por volta das 19h desta quinta-feira (16). Contudo, os reflexos ainda foram sentidos pela população por algumas horas, já que a tabela de ônibus ficou atrasada, e muita gente demorou pra conseguir voltar pra casa. No final da tarde, sem aviso prévio, os ônibus trafegaram a 30 km/h em direção ao centro, nas Avenidas João Pessoa, Osvaldo Aranha e Farrapos. A essa velocidade o tempo de viagem dobrou. Na Avenida Farrapos, a fila de ônibus se estendeu do cruzamento com a Avenida São Pedro até as imediações do Túnel da Conceição. Muitos passageiros deixaram os coletivos e seguiram a pé. A EPTC tentou medidas paliativas para reorganizar os horários, mas, após a obstrução dos corredores, todo sistema registrou atrasos, além de congestionamentos nas Avenidas.
O segundo dia de protestos dos rodoviários ocorreu porque não houve avanço nas negociações entre trabalhadores e empresários. "Nesta sexta-feira (17) vamos solicitar que a Justiça do Trabalho passe a mediar as negociações entre trabalhadores e empresas, pois isso não nos compete", afirmou o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Capellari.
Os rodoviários cobram aumento de 14% no salário, redução da carga horária e reajuste no vale-refeição, entre outros itens. Em nota, a Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) informou que já ofereceu manter o acordo coletivo do ano passado, além de conceder aumento de 5 a 6% no salário, a título reposição inflacionária. A ATP afirma que não tem condições de aumentar a proposta porque pairam incertezas sobre o reajuste da tarifa de ônibus para 2014.
"Essa justificativa não nos interessa. Quem precisa resolver e pedir aumento do preço da passagem são as empresas, elas que precisam resolver isso com a prefeitura e o Tribunal de Contas", contestou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Julio Gamaliel.
O sindicato não descarta novos protestos até segunda-feira (20), quando está prevista nova reunião com as empresas de ônibus.
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