
Pode até parecer cenário de ficção científica, mas não é: uma espécie oficialmente extinta foi trazida de volta à vida. Um lobo-terrível não caminhava pelo planeta havia cerca de 10 mil anos — agora, três vivem em uma reserva com mais de 800 hectares na América do Norte. A responsável pelo feito é a empresa de engenharia genética Colossal Biosciences.
Três filhotes de lobo-terrível nasceram após um processo de extração de DNA de dois fósseis da espécie e 20 edições no código genético do lobo-cinzento, "parente" animal vivo mais próximo. Os machos Romulus e Remus, atualmente com seis meses, vivem com a fêmea Khaleesi, de três.
Além da "desextinção" do lobo-terrível, a Colossal Biosciences também clonou ninhadas de lobos-vermelhos, a espécie de lobo mais criticamente ameaçada do mundo, como parte de seus esforços de conservação.
Quais outras espécies devem ser revividas?
Os avanços genéticos não param por aí: outros três animais estão em processo de serem "desextintos" pela empresa. O mamute-lanoso, o tigre-da-tasmânia e o dodô devem ser as próximas espécies na fila da Colossal.
Mamute-lanoso (Mammuthus primigenius)

A principal descoberta que a empresa pretende fazer é como reviver o mamute-lanoso, uma versão resistente ao frio do elefante que conhecemos atualmente, mais especificamente o asiático. Cálculos dos cientistas mostram que a espécie teria sido extinta entre 8 mil e 1,6 mil anos a.C.
Entre os objetivos da volta do mamute estariam, segundo a Colossal, o aumento da resiliência em habitats suscetíveis a mudanças climáticas, o desenvolvimento de tecnologias capazes de ajudar na preservação dos elefantes atuais e o maior entendimento das bases genéticas para a adaptação ao frio extremo em animais.
O mamute-lanoso costumava habitar regiões que, atualmente, correspondem ao Alasca, nos Estados Unidos, e à Sibéria, na Rússia, ocupadas pelo bioma chamado tundra.
Tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus)

O marsupial carnívoro se tornou extinto em 1936, quando o último exemplar faleceu no zoológico de Beaumaris, na Tasmânia. Especialistas atribuem a extinção da espécie à caça predatória.
Um dos maiores predadores que já habitou a Austrália, o tigre-da-tasmânia passou a ser visto como uma praga e ser caçado sistematicamente na década de 1830, por europeus que ocupavam a Oceania.
A ideia da Colossal é restaurar o código genético do animal em laboratório e devolvê-lo ao seu habitat natural, na ilha da Tasmânia. Segundo a empresa, a ausência de um predador no topo da cadeia alimentar da região produz um efeito cascata que afeta o equilíbrio de todo o ecossistema.
Dodô (Raphus Cucullatus)

Extinto no fim do século 17, o dodô habitava exclusivamente as Ilhas Maurícias, localizadas perto de Madagascar, no Oceano Índico. A espécie de ave também foi extinta como consequência das atividades humanas após o assentamento da região.
Curiosamente, a espécie foi vista como uma criatura mítica pela cultura popular até, pelo menos, o século 19 — ela chega a ser um personagem mágico em Alice no País das Maravilhas.
Porém, o dodô de carne e osso pode voltar a habitar a Terra com os avanços da equipe da Colossal. Atualmente, a equipe analisa o sequenciamento do genoma colhido a partir de amostras paleontólogas.
Afinal, o lobo-terrível foi trazido de volta?
Especialista ouvido por Zero Hora dizem que não é bem assim. Assista ao vídeo e entenda: