A rede social TikTok, fenômeno de popularidade entre adolescentes, disponibilizou na semana passada, no Reino Unido, uma ferramenta que dá mais poder aos pais para controlar como seus filhos usam a plataforma.
Batizado de Family Safety Mode, a ferramenta permite que os adultos definam um limite de tempo de uso por dia, desabilitem o serviço de mensagens diretas e restrinjam o tipo de conteúdo que pode ser acessado. Esse modelo de controle parental será estendido pela rede social a outros países, embora não tenha sido informado quais mercados receberão a novidade. Caracterizado por vídeos curtos, o aplicativo tem o grosso de seu público na faixa dos 16 aos 24 anos.
Para habilitar o Family Safety Mode, informou a TikTok, os pais devem criar sua própria conta e depois conectá-la à do adolescente. Tomada essa providência, poderão, por exemplo, definir uma quantidade máxima de minutos de utilização da rede a cada dia. "Queremos que as pessoas se divirtam no TikTok, mas também é importante para nossa comunidade cuidar do bem-estar, o que significa ter uma relação saudável com serviços e aplicativos online", escreveu Cormac Keenan, responsável por serviços de segurança da empresa.
Os novos controles parecem ser uma resposta ao escrutínio que a companhia tem recebido das autoridades, preocupadas com o potencial aditivo da rede, e teriam sido desenhados para se adaptar à legislação europeia. Embora a preocupação com o TikTok seja recente (o aplicativo surgiu há apenas quatro anos, na China), dilemas envolvendo o controle parental remetem aos primórdios da internet.
Com a facilidade de acesso à rede, principalmente depois da difusão dos smartphones, crianças e adolescentes ficaram a poucos cliques de distância de conteúdos impróprios (incluindo pornografia e violência extrema), podem estar à mercê de criminosos e correm o risco de perder o controle sobre o tempo de uso, com consequências para seu desenvolvimento futuro.
Especialistas entendem que a vigilância digital é um dever da família e consideram fundamental que os pais supervisionem os acessos, no que eles são ajudados atualmente por uma série de ferramentas oferecidas pelas próprias redes sociais, por sites e também por softwares especializados. O YouTube, por exemplo, outro campeão de preferência entre crianças e adolescentes, além de permitir o controle por parte dos pais, também oferece uma versão apenas para crianças, chamada YouTube Kids.
O Google também conta em suas configurações com ferramentas de controle por parte dos pais, permitindo a filtragem de todos os conteúdos a que a criança pode ter acesso online – incluindo fotos, vídeos, textos ou músicas. Outra possibilidade são os roteadores com controle parental, que dispensam a necessidade de configurar diferentes dispositivos. Habilitados, esses roteadores restringem os conteúdos que podem ser acessados em todos os aparelhos que sejam conectados à rede.
O PAPEL DOS PAIS
O que pode ser feito para proteger as crianças dos perigos da net:
Seja presente
- Aposte no diálogo, explorando a web com seu filho e demonstrando interesse pelo conteúdo que a criança acessa
- É importante lembrar que a web é como a rua. Da mesma forma que não se deixa uma criança de cinco anos sair sozinha de casa, não se pode deixá-la navegar sem proteção. Um pouco mais de autonomia deve ser oferecida por volta dos 12 anos
Crie regras
- Estabeleça regras sobre o que pode e o que não pode ser acessado
- Defina limites de tempo para o uso da rede
- Oriente as buscas na internet e acompanhe o que seu filho assiste
Utilize ferramentas de controle
- Habilite controles de segurança nas redes sociais e sites que são acessados pela criança
- Antes de dar um dispositivo à criança, instale um antivírus e um software de controle parental
Observe a idade
- Leia os Termos de Uso, verificando a idade mínima dos serviços
- As próprias redes sociais estabelecem uma idade mínima para a criação de um perfil. Não se deve permitir à criança burlar a regra e criar um perfil com idade falsa. O indicado é que o pai crie um cadastro em seu nome e compartilhe a gestão com o filho, vigiando-o
Seja vigilante
- Saiba quem são os amigos digitais da criança em jogos, grupos de WhatsApp e redes sociais
- É recomendado pesquisar pelo nome do filho em sites de busca, periodicamente, em busca de menções e de imagens
Preocupe-se com as senhas
- Especialistas entendem que os pais podem e devem ter conhecimento das senhas que suas crianças usam para acessar e-mails e contas em redes sociais. No caso dos adolescentes, pode-se oferecer autonomia. No entanto, se achar que existe algum risco, o adulto precisa exigir a senha e acessar os conteúdos
- As crianças devem ser orientadas a jamais revelar sua senha a outras pessoas, nem como prova de amor ou amizade
- Oriente seu filho a ter uma senha de bloqueio do celular, para impedir terceiros de usar o telefone
Eduque para a vida digital
- Mostre utilidades do aparelho de acesso à web, como aprender novas habilidades por meio de aplicativos, por exemplo
- Alerte de maneira didática sobre os perigos da internet
- Oriente a criança a não postar fotos de onde estuda, mora e lugares que frequenta
- Fale sobre a importância de proteger a privacidade de outras pessoas. Ou seja: não postar fotos e vídeos ou divulgar informações sem autorização
- Dê o exemplo de como fazer um bom uso dessa tecnologia. Desgrude do celular durante as refeições e interaja
Viva off-line
- Ofereça atividades interessantes, para que a criança não permaneça apenas online