Depois de sete anos de trabalho e sete meses de viagem, a sonda da Nasa InSight pousou em Marte. A nave espacial não tripulada tocou a superfície do planeta vermelho no final da tarde desta segunda-feira (26).
Esse pouso em Marte é o primeiro desde 2012, quando o explorador Curiosity da Nasa pousou na superfície e analisou as rochas em busca de sinais de vida que possa ter habitado o planeta vizinho da Terra, agora gélido e seco.
A iniciativa, de quase US $ 1 bilhão, é para estudar as entranhas do planeta vermelho. Parte da missão é informar dos esforços para enviar algum dia exploradores humanos a Marta, algo que a Nasa espera concretizar na década de 2030. Das 43 missões lançadas a Marte, apenas 18 chegaram ao planeta vermelho, uma taxa de sucesso de cerca de 40%, e todas dos Estados Unidos.
O instrumento central da InSight é um sismômetro de detecção de terremotos que foi feito pela Agência Espacial Francesa (CNES).
— Esta é a única missão da Nasa concebida em torno a um instrumento de fabricação estrangeira — disse à AFP Jean-Yves Le Gall, presidente da CNES.
Por isso, acrescentou, "é uma missão fundamental para os Estados Unidos, França", e para melhorar a compreensão de Marte.
Os seis sensores de terremoto a bordo são tão sensíveis que deveriam revelar os menores tremores em Marte, como o fraco puxão de sua lua Fobos, os impactos dos meteoros e possivelmente a evidência de atividade vulcânica.
A sismologia ensinou à humanidade muito sobre a formação da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas grande parte da evidência baseada na Terra se perdeu com a reciclagem da crosta, impulsada pela tectônica de placas. Este processo não existe em Marte.
A nave também tem uma sonda que pode escavar até uma profundidade de entre três e cinco metros, para oferecer a primeira medição precisa das temperaturas sob a terra em Marte e a quantidade de calor que escapa de seu interior.