
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga um funcionário público da Fundação de Proteção Ambiental (Fepam) por fazer gesto supremacista branco em uma reunião do órgão estadual. O relatório, remetido ao Ministério Público na tarde de quarta-feira (16), indicia Erny Meinhardt, 59 anos, que atua em Santa Maria, pelo crime de racismo.
A investigação iniciou após o servidor, em uma reunião da Fepam pela internet em 2 de dezembro, fazer OK três vezes com as mãos. O gesto reproduz símbolo que costuma ser usado por grupos supremacistas brancos e organizações neonazistas, e está associado ao termo em inglês "white power".
Durante a investigação, foram cumpridos mandados na casa do investigado. Segundo a delegada Débora Dias, um laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou que imagens – referentes ao nazismo, holocausto e racismo – foram encontradas em um celular e computador apreendidos na casa de Meinhardt, em Santa Maria. Uma suástica, capuz, capacete e máscara também foram achados na residência.
Além disso, outro laudo do IGP apontou a existência de imagens de pornografia infantil nos dispositivos apreendidos. Uma cópia do relatório foi encaminhada a Delegacia da Criança e do Adolescente (Deca) para que outros possíveis envolvimentos sejam apurados. O homem também foi indiciado por este crime.
Fepam suspendeu investigação
Conforme a Fepam, a investigação interna do caso está suspensa, pois o servidor apresentou atestado psicológico com prazo de 120 dias a contar do dia 7 de março. O documento médico recomenda o afastamento das atividades laborais, o que foi concedido. O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) está na fase introdutória e tem previsão de conclusão em 60 dias.
O que diz a defesa
O advogado Marlon Schirrmann, que defende Erny Meinhardt, disse que o gesto feito pelo investigado remeteria à primeira letra do nome dele, em "contexto eleitoral da Fepam", processo interno que o órgão não confirmou ocorrer.
O capuz encontrado na residência seria um souvenir, a máscara ele tem por ser químico, o capacete é de paintball, e as suásticas seriam objetos que teriam sido encontrados em casa que pertencia à família mas era alugada. Os ítens teriam sido retirados desse antigo locatário e guardados pelo suspeito para dar destinação.
Sobre armazenamento de pornografia infantil no celular e computador, a defesa não se posicionou.