
Operação da Polícia Civil, deflagrada às 5h desta quarta-feira (16), bloqueou R$ 13,3 milhões de grupo criminoso suspeito de extorquir empresários no Vale do Sinos e praticar lavagem de dinheiro. A ação tem como alvos 10 pessoas e uma empresa. Mandados também foram cumpridos no Litoral Norte e Região Metropolitana.
Entre os principais investigados está uma professora da rede estadual, que movimentou R$ 5 milhões. Além disso, uma loja de carros, situada no bairro Pátria Nova, em Novo Hamburgo, que realizou transações com os criminosos, também é alvo da segunda fase da operação Timeo, que quer dizer medo em latim. Uma pessoa foi presa em flagrante por porte de arma de fogo.
Além dos bloqueios bancários contra os 11 investigados, no valor total de R$13.373.783,00, também foram sequestrados criptoativos no valor convertido de R$ 260 mil.
Suspeitos mantinham envolvimento com presos da primeira fase
De acordo com o delegado Ayrton Figueiredo, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Leopoldo, o grupo já havia sido alvo de ações policiais em 2021 e 2023, resultando na prisão de 18 pessoas. Três líderes permanecem detidos preventivamente no sistema prisional, sendo responsáveis pelas movimentações financeiras.
Os 10 investigados e a empresa alvos desta segunda fase têm envolvimento com presos da primeira fase da operação. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil. Cerca de 60 agentes foram designados para a missão.
Como funcionava o esquema
Os criminosos são suspeitos de extorquir dezenas de empresários de Estância Velha, Novo Hamburgo, Ivoti, Sapiranga e Portão, e outras cidades do Vale do Sinos desde 2021. Eles cobravam inicialmente R$ 500 mensais, mas depois os valores chegaram até R$ 1,5 mil, somente de comerciantes que atuam à noite, como bares e casas de prostituição.
Segundo Figueiredo, as extorsões ocorriam em larga escala mediante ameaças, agressões e até mesmo estabelecimentos depredados ou incendiados. Após obter os recursos, o grupo investigado se utilizava de parentes e comparsas para transferir os valores ilícitos através do sistema bancário.
Onde foram cumpridas as ordens judiciais de busca e apreensão da segunda fase
- Novo Hamburgo: cinco mandados de busca e apreensão;
- São Leopoldo: um mandado de busca e apreensão;
- Portão: dois mandados de busca e apreensão;
- Cachoerinha: um mandado de busca e apreensão;
- Porto Alegre: um mandado de busca e apreensão;
- Imbé: um mandado de busca e apreensão;