
Morreu no início da tarde de terça-feira (22) a segunda vítima envolvida no caso do ovo de Páscoa que suspostamente foi envenenado em Imperatriz, no Maranhão. Evelyn Rocha Silva, 13 anos, estava internada desde 16 de abril. Seu irmão, Luís Fernando, de sete anos, faleceu no dia 17.
Conforme nota divulgada pelo Hospital Municipal de Imperatriz, Evelyn faleceu em decorrência de um choque vascular e falência múltipla de órgãos. Mirian Lira, mãe das duas vítimas, segue internada na instituição e chegou a ser entubada na última semana.
— Só Deus mesmo. Daqui para frente não tenho nem um pouco de noção de como que vai ser. Só quero que seja feita justiça porque foram meus dois filhos que eu não ter mais de volta. Então, é só o que eu peço: justiça — declarou em entrevista ao g1 nesta quarta-feira (23), quando foi liberada para comparecer ao velório da filha.
O boletim mais recente, de terça-feira, indica que Miriam apresenta quadro de saúde estável, com "boa resposta ao tratamento" e expectativa de alta nas próximas 72 horas.
Relembre o caso
Mirian e os dois filhos (Luís e Evelyn) foram internados nos Hospital Municipal de Imperatriz na madrugada de 16 de abril, com quadro similar de intoxicação alimentar aguda. Eles comeram um ovo de Páscoa, enviado anonimamente à casa da família com um bilhete.
"Com amor, para Miriam Lira. Feliz Páscoa!", dizia o cartão que acompanhou o chocolate, entregue por um motoboy. A Polícia Civil suspeita que o ovo de Páscoa tenha sido envenenado por uma ex-companheira do atual namorado de Miriam Lira.
A suspeita foi presa na quinta-feira (17), data da morte de Luís Fernando, de sete anos. Identificada como Jordélia matos Araújo, 36 anos, a suspeita foi detida em um ônibus interurbano.
Ainda no hospital, nesta quarta-feira, Miriam afirmou que nunca suspeitou que o ovo de Páscoa pudesse estar envenenado. Em entrevista ao g1, ela conta que provou o chocolate acompanhada dos filhos, na cozinha de casa.
— Quando chegou a embalagem, me ligaram, né? Me perguntam se eu tinha recebido. Só que na minha cabeça, eu achei que fosse o povo da Cacau Show confirmando se eu tinha recebido a embalagem. Eu apenas falei que tinha recebido e não procurei investigar mais de onde que vinha — conta.
O Instituto de Criminalística de Imperatriz (Icrim) analisa amostras coletadas do chocolate. O laudo deverá confirmar se o ovo de Páscoa estava envenenado ou não.