
O homem preso suspeito de colocar soda cáustica em duas bombonas de água em uma empresa de Canoas, na Região Metropolitana, perguntou sobre os efeitos da substâncias no organismo. A informação foi repassada pelo delegado Marco Guns, da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, responsável por investigar o caso.
— Temos uma testemunha que afirma que ontem ele (suspeito) comenta: "o que acontece se alguém toma isso aqui?". E esse funcionário que foi abordado por ele, conhece soda cáustica líquida, e a partir disso ele estranha, pois nunca ninguém havia feito esse tipo de questionamento — relatou Guns.
Imagens das câmeras de segurança da empresa, obtidas pela polícia, mostram o homem inserindo um líquido nos bebedouros utilizando uma caneca, no final da tarde de segunda-feira (24). No depoimento à Polícia Civil, ele disse que almejava "pregar uma peça" nos colegas de trabalho e pensou que o material se tratava de sabão líquido.
Conforme o delegado, a versão "não é acreditada pela Polícia Civil":
— Não temos, até o momento, ainda plenamente a motivação de esse autor ter colocado esse produto tão danoso, tão deletério à saúde humana, em água que colegas de trabalho poderiam ter feito uso em maior quantidade — disse o delegado.
A presença de soda cáustica na água foi identificada em análises feitas na empresa depois que dois funcionários passaram mal. Nenhum deles está hospitalizado. As amostras ainda serão analisadas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Flagrante
A Polícia Civil foi acionada nesta terça após a segunda funcionária passar mal no ambiente de trabalho. O caso ocorreu na empresa Alsco Uniformes, no bairro industrial. Procurada, a empresa afirmou que não irá se manifestar.
O suspeito, que não teve o nome divulgado, foi preso em flagrante, no local de trabalho, pelo crime de envenenamento de água potável.
De acordo com o delegado Marco Guns, ele foi encaminhado ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp). Se a prisão for homologada, o inquérito deverá ser concluído em 10 dias.
O IGP informou que trabalha da forma "mais célere possível" para analisar as amostras da água que teria sido contaminada, mas não indicou prazo para concluir o trabalho.
A pena prevista para o crime de envenenar agua potável é de 10 a 15 anos de reclusão.