A Justiça determinou que a filha de Adir Aliatti, 69 anos, líder da Comunidade Osho Rachana, em Viamão, também deve cumprir medidas restritivas de liberdade. Assim como o pai e o irmão, ela terá que usar tornozeleira eletrônica, entregar passaporte e está proibida de manter contato pessoal ou virtual com as vítimas que viveram na comunidade.
Conforme a Justiça, relatos colhidos na investigação apontam que ela organizava a venda de livros pelas vítimas, com os lucros que deveriam ser revertidos para a comunidade terapêutica.
A família é investigada de cometer delitos como tortura psicológica, curandeirismo e estelionato.
Conforme a Justiça, em caso de descumprimento de qualquer uma das medidas, eles podem ter a prisão preventiva decretada.
O caso
Aliatti foi alvo de uma operação da Polícia Civil na quarta-feira (11), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de bloqueio de bens. No mesmo dia, após análise inicial das descobertas no sítio e dos depoimentos de novas testemunhas, definidos pela delegada como “impactantes”, foram feitos os pedidos de prisão preventiva de Aliatti e do filho.
Na manhã da última sexta-feira (13), a 3ª Vara Criminal de Viamão emitiu decisão com as medidas alternativas ao encarceramento. Embora tenha buscado a prisão, a delegada avalia que as restrições são suficientes para auxiliar o andamento da investigação.
A Polícia Civil divulgou um número de telefone para possíveis vítimas que desejarem colaborar com as investigações: 51 99841 6606.
Contraponto
O que diz a defesa de Adir Aliatti:
"A defesa técnica de Adir Aliatti, realizada pelo advogado Rodrigo Oliveira de Camargo, ressalta que os fatos expostos na mídia estão distorcidos. Os denunciantes optaram por livre e espontânea vontade viver em sistema de subsistência, assim como ajudaram a gerenciar os valores arrecadados com os diferntes empreendimentos do grupo.
O resultado de todos esses investimentos feitos pelos seus membros eram revertidos em favor da comunidade. Os empréstimos bancários que favoreceram esta forma de organização social foram feitos em nome de Aliatti e com aval dos moradores. As alegadas coações jamais ocorreram.
O advogado garante que o seu cliente sempre se manteve ao dispor das autoridades, além de assegurar que a maioria dos relatos são fictícios e/ou adulterados com o objetivo de atacar Adir. Para a defesa, cabe relembrar que a maioria dos denunciantes detinha cargos de coordenação na Comunidade, aplicavam as terapias, assim como convidavam novas pessoas para participar da comunidade.
Por fim, a defesa afirma que a perseguição midiática tem por objetivo criar uma atmosfera de vulnerabilidade para eximir os denunciantes das suas responsabilidades e escolhas."