A Polícia Civil prendeu, na segunda-feira (25), um homem suspeito de integrar um esquema de agiotagem. Ele seria membro de um grupo investigado por extorsões com uso de ameaças, intimidações e violência. O preso, de 30 anos, estava foragido há 45 dias. O nome dele não foi divulgado.
O grupo atuava na cidade de Canoas, na Região Metropolitana. A prisão, coordenada pelo delegado Celson Junior dos Santos Duarte, ocorreu na cidade de Extremoz, no litoral do Rio Grande do Norte. A captura foi efetuada no âmbito da Operação Extorsor, iniciada em 2023 pela 1ª DP de Canoas.
Segundo o delegado Marco Guns, responsável pela investigação, o grupo ao qual o suspeito estaria ligado operava com cinco integrantes. Com a prisão dele, três estão atrás das grades. Dois seguem foragidos, incluindo o homem apontado como líder do esquema.
A apuração da polícia aponta que esse grupo utilizava como fachada uma empresa de segurança privada, que estava fechada desde 2023. A companhia era usada para a execução de violentas cobranças de dívidas de agiotagem.
Deflagrada pela 1ª DP de Canoas em abril deste ano, a Operação Paranhos identificou que a estrutura criminosa dos grupos investigados estava vinculada a uma facção sediada no Vale do Sinos.
Violência contra criança
Um dos crimes praticados pelo grupo foi a extorsão contra uma mulher de 55 anos, mãe de uma criança autista de 10 anos e cuidadora da sua mãe idosa, de 75 anos. Segundo a apuração, a mulher passava por dificuldades financeiras e precisou recorrer a empréstimo com agiotas.
Conforme a polícia, após um período, criminosos passaram a cobrar juros exorbitantes sobre o valor emprestado. A investigação aponta que, mais de uma vez, o homem preso no RN nesta segunda-feira, acompanhado de outro suspeito, que está foragido, invadiram o apartamento da vítima no Bairro Guajuviras.
O investigado teria apontado uma arma de fogo para a cabeça da criança autista e da idosa. Os bandidos teriam ameaçado matar todos, caso as dívidas, que segundo a polícia são “inexistentes”, não fossem pagas. Câmeras de segurança registraram dois momentos em que os homens teriam invadido a residência (veja vídeo abaixo).
Repressão
Ao longo do ano de 2023, a 1ª Delegacia de Polícia de Canoas desencadeou uma série de investigações, divididas em três fases da Operação Extorsor. Os investigados eram criminosos consorciados a agiotas na prática de cobranças de dívidas que, na maioria das vezes, nem sequer existiam. O grupo agia de forma violenta em bairros de Canoas, como Guajuviras, Harmonia e Mathias Velho.
Em julho do ano passado, a delegacia cumpriu 11 mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão em Canoas, Novo Hamburgo e Porto Alegre durante ação de combate a este tipo de crime. Oito pessoas foram presas.
A polícia informa que já solicitou que o investigado preso no Rio Grande do Norte na segunda-feira seja trazido ao RS.