A Justiça marcou para o dia 27 de novembro o júri de Claudia de Almeida Heger, 51 anos, e o filho dela, Andrew Heger Ribas, 29 anos. Eles são réus pelo homicídio e ocultação de cadáver de Rubem Heger, 85 anos, e da esposa dele Marlene Heger Stafft, 53. A sessão está marcada para iniciar às 9h, na comarca de Cachoeirinha.
No dia 27 de fevereiro de 2022, o casal foi visitado por Claudia e Andrew — filha e neto de Rubem — em sua residência, localizada em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. Depois deste dia, o idoso e sua esposa nunca mais foram vistos.
Câmeras de videomonitoramento registraram a chegada e a permanência dos visitantes na casa do bairro Vila Regina por mais de quatro horas. O desaparecimento verificado no mesmo dia, algumas horas depois da visita, desencadeou mobilização de familiares.
Buscas foram realizadas pela Polícia Civil para determinar o paradeiro do casal, mas eles nunca foram encontrados. A investigação concluiu que Rubem e Marlene foram assassinados. A polícia indiciou Claudia e Andrew.
A tese do Ministério Público (MP) é de que Cláudia teria planejado matar o pai e a madrasta. A motivação, segundo o MP, seriam desavenças que ela tinha com ele, como pelo interesse financeiro. Em 2016, teria ocorrido um falso sequestro, pelo qual a mulher responde processo. O fato é apontado como motivo do rompimento da relação de pai e filha, e que teria levado ao planejamento do crime. É esse contexto que a acusação deve levar ao júri dos dois.
Em setembro do ano passado, o juiz Marco Luciano Wächter, da 1ª Vara Criminal de Cachoerinha, decidiu enviar os réus ao Tribunal do Júri. Contudo, houve recursos das defesas, tentando reverter a decisão. O Tribunal de Justiça negou os pedidos e manteve o veredito do magistrado. Na terça-feira (24), o juiz informou às partes a data do julgamento.
O que diz a acusação
As assistentes de acusação, que representam familiares das vítimas, advogadas Priscilla Marmacedo e Sara Dal Más se manifestaram por meio de nota. No texto, elas afirmam que "estão confiantes de que a justiça será cumprida, prevalecendo assim a decisão do tribunal como um exemplo de que crimes dessa natureza não serão tolerados".
A nota diz ainda que "a dor e o sofrimento causados são insuportáveis, e a condenação é vista como um passo essencial para a reparação e para que a memória das vítimas seja honrada".
O que diz a defesa
As advogadas Thaís Comassetto Felix, Daniel Eduardo Cândido e Robertha Ferreira da Silva, que representam Cláudia de Almeida Heger, se pronunciaram por meio de nota, na qual afirmam acreditar na absolvição da ré, que enfrenta problemas de saúde. Veja a nota na íntegra abaixo:
"A expectativa da defesa de Cláudia é que sua inocência seja finalmente reconhecida e cesse o sofrimento e descaso pela qual vem passando por parte do Estado, diante do grave quadro de saúde que ultrapassa desde que contraiu citomegalovírus no interior da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Acreditamos que o tribunal popular absolverá Cláudia de Almeida Heger da totalidade dos fatos".
Zero Hora procurou a defesa de Andrew Heger Ribas, que não se pronunciou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.