A Polícia Federal deflagrou a Operação Engodo, nesta sexta-feira (28), para desarticular um grupo que falsificava diplomas de mestrado e doutorado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Na ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Porto Alegre. Um dos membros da organização, um homem de 42 anos, foi preso no bairro Farroupilha, por uso de documento falso e uso irregular de profissões.
Segundo a Polícia Federal, a estimativa é de que mais de 2 mil diplomas tenham sido falsificados pela quadrilha. Além das falsificações, o grupo vendia a promessa de revalidação de diplomas obtidos em instituições de ensino de outros países. Entre eles, Estados Unidos, Colômbia, Equador e Venezuela.
De acordo com a PF, a venda dos diplomas falsos da UFRGS ocorria, principalmente, para servidores públicos que desejavam adquirir um adicional de qualificação, que pagavam cerca de R$ 7 mil pelo documento, apresentado posteriormente em órgãos municipais, estaduais e até mesmo federais.
O delegado da PF responsável pela operação, Davi Jacobs, explica que a investigação teve início na segunda metade de 2023, após a UFRGS entrar em contato, alegando a falsificação numerosa de diplomas. A partir disso, foi possível identificar dois suspeitos, sendo um deles o detido em flagrante nesta sexta.
— Para falsificar os diplomas, eles faziam o uso de certificação digital através de uma empresa, que também é digital. Os suspeitos assinaram dois mil documentos nesse local. Ainda não analisamos todos os documentos, mas quem comprou apresentou até mesmo para prefeituras — disse o delegado federal, Davi Jacobs.
Se condenados, os membros do grupo podem responder por associação criminosa, uso de documentação falsa e exercício ilegal da profissão.