A solicitação de um serviço para recolhimento de caliça e sobras de material em uma reforma residencial virou uma surpresa desagradável para a designer gráfico Flávia Saldanha, 36 anos, moradora de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre.
O suposto serviço foi contratado após uma rápida busca na internet. O número escolhido era patrocinado e constava no topo das recomendações. O problema é que o trabalho não foi realizado e o autor do anúncio sumiu.
— A gente deveria desconfiar mais cedo. Depois, fica o prejuízo e o sentimento de culpa por ter sido enganada — desabafa Flávia.
Ela conta que o contato ocorreu na sexta-feira (12) via WhatsApp. Por mensagem, a designer gráfico solicitou informações sobre preços e prazos de atendimento. Recebeu as respostas e, quando sinalizou desejo de efetivar o pedido, foi informada de que o pagamento de R$ 270 do serviço contratado poderia ser feito por boleto e por Pix. No entanto, a exigência era de que fosse feito de forma antecipada.
— Disseram que o pagamento adiantado liberava o motorista para a entrega. Quando fui pagar pelo Pix, a chave era um e-mail, o que não passava toda a segurança. Por estas razões a gente se culpa depois por ter confiado — lamenta.
O diálogo está registrado em telas extraídas do aplicativo de mensagens. Flávia lembra que estranhou quando perguntou se pagaria pelo serviço no dia do recolhimento do material e teve retorno de que sequer seria possível pagar no momento da colocação do equipamento diante de sua residência.
Ela aponta que, ao perceber que a entrega não ocorreria, disse ao interlocutor, que havia se apresentado com um nome feminino, que registraria boletim de ocorrência, denunciando o fato às autoridades. Depois do aviso, a conversa foi interrompida e o perfil restou bloqueado.
A denúncia
A queixa da designer foi apresentada no mesmo dia. Ela registrou a denúncia no sistema da Delegacia Online da Polícia Civil. Flávia diz ter reunido cópias das telas de diálogo e do anúncio que a levou a procurar pelo serviço.
O registro da moradora de Esteio foi colocado em procedimento de análise pela Polícia Civil e será distribuído a uma delegacia física para a investigação. Até a tarde deste domingo (14), a designação ainda não havia ocorrido.
Dicas de segurança
- Não forneça seus dados pessoais (como nome completo, CPF, RG, endereço, número da conta bancária e senha) para estranhos, em ligações telefônicas, mensagens SMS ou WhatsApp;
- Desconfie sempre de ofertas de produtos com preços abaixo dos praticados em mercado;
- Não converse com estranhos na rua, tão pouco aceite propostas que pareçam ser muito boas e que lhe trariam alguma espécie de "vantagem";
- Saiba que a aparência engana! Estelionatários falam bem, estão normalmente bem vestidos e facilmente persuadem as vítimas. Tome estes cuidados para não se tornar uma.
- Não troque fotos nem vídeos íntimos pela internet/rede social.
- Em caso de dúvida, procure sempre alguém de sua confiança e peça ajuda.
- Denuncie pelo 197, pelo WhatsApp da Polícia Civil (51) 98444-0606 ou procure a Delegacia de Polícia mais próxima. O endereço da Delegacia Online é www.delegaciaonline.rs.gov.br.